segunda-feira, 26 de julho de 2010

Vertiginoso Castelo com Labirintos da Ética Humana/ Uma Viagem de Eastwood ao Outro que Mora no Inimigo: Um díptico de Clint Eastwoood







“A Conquista da Honra” de Clint Eastwood

Vertiginoso Castelo com Labirintos da Ética Humana

Uma das mais sangrentas e importantes batalhas da Segunda Guerra Mundial travou-se no Pacífico, na Ilha de Iwo Jima. O hasteamento da bandeira americana no Monte Surubachi em fevereiro de 1945 gerou uma das mais famosas fotos de todos os tempos, realizada por Joe Rosenthal da Agência Associated Press, premiada com o Pulitzer, onde se vê seis soldados, não só com grande apelo patriótico mas com inegável beleza estética. Um dos homens que hastearam a bandeira foi o enfermeiro da Marinha John Bradley. Como seu filho James Bradley cresceu com esta história na qual o pai mal queria tocar, após a morte deste, resolveu escrever junto com o jornalista Ron Powers o livro “A Conquista da Honra” (lançando no Brasil pela Ediouro), onde esmiúçam tanto os acontecimentos da batalha como uma história emblemática da cultura americana, pouco conhecida que é a da mitologia que envolve a bandeira hasteada. Para começar, o marco histórico foi outra bandeira hasteada antes. Um general a quis para si e outra foi fincada, com um enfermeiro e cinco fuzileiros navais. Foi uma foto deste outro momento, já digamos, com pathos um tanto forjado, que correu o mundo. O que também foi escondido na época é que a ilha ainda estava longe de ser conquistada, sendo que mais um mês de lutas ocorreu com baixas significativas dos dois lados, com três dos soldados que se constituíram na encarnação de uma gloriosa vitória fake morrendo depois. Em 40 dias de batalhas morreram por volta de 7000 soldados americanos e mais de 20000 soldados imperiais japoneses.

A paciência dos americanos com os esforços de guerra estava acabando. Os recursos para tal também. Uma forma encontrada para convencê-los a comprar bônus de guerra foi um circo midiático montado, onde os três soldados sobreviventes, vinculados à foto famosa, que insuflava patriotismo, percorreram os EUA. O diretor Steven Spielberg detinha os direitos autorais da obra desmistificadora de James&Ron. Num encontro com Clint Eastwood ofereceu-lhe o projeto enquanto diretor e reservou para si o papel de co-produtor. Uma decisão sábia, pois as histórias que “A Conquista da Honra” (EUA/2006) nos conta se apóiam em sofisticadas camadas de flashbacks e flashforwards, numa direção de arte extraordinária, batalhas de intenso realismo filmadas em sépia nos lembrando um mundo já histórico, cuidados de produção que remetem ao “O Resgate do Soldado Ryan” do próprio Spielberg e principalmente num aprofundado carinho por personagens marginais da cultura americana bem como numa corajosa desmistificação de tabus patrióticos. Estes principais elementos combinados estão mais próximos do cinema que Clint Eastwood tem praticado do que do seu poderoso co-produtor.

O enfermeiro John “Doc” Bradley (Ryan Phillipe), o fuzileiro naval de origem indígena Ira Hayes (Adam Beach) e o fuzileiro Rene Gagnon (Jesse Bradford) reagem de forma diversa à missão que recebem de fazer marketing da suposta heroicidade estampada na foto. John é mais discreto. René que a rigor não lutou, pois era um mensageiro, é bonitão e vaidoso e é o que procura tirar proveito de sua celebrização instantânea. Ira sente uma culpa enorme por sentir que os verdadeiros heróis não estão ali, ao mesmo tempo muita dor pelos companheiros perdidos e pelas atrocidades que teve que praticar. É em Ira, descendente de índios massacrados pelos colonizadores que a dor da guerra bate mais forte e para suportar a maratona de hipocrisias oficiais tem de se embebedar.

Numa cerimônia com os três soldados, sorvetes com a forma da bandeira hasteada com os seis heróis são oferecidos. Ao perguntarem a Ira se ele quer creme de morango ou chocolate ele prefere o primeiro. O morango sobre o sorvete evoca sangue derramado. Um fhashback de situações árduas da guerra irrompe na narrativa. À medida que os soldados sobem num monte de papel maché, em que se mimetiza o grande feito do hasteamento, em um estádio lotado, cada um ao seu modo vai se lembrando dos companheiros perdidos e de cenas cruas que presenciaram. Em suas idas e voltas no tempo, o filme exige uma atenção não rotineira do espectador. A base da narrativa do filme vem das pesquisas que o filho de John Bradley, James, faz para entender o que de fato aconteceu com o pai. Desta forma, como bem observou Ricardo Calil no antigo blog Olha Só-No Mínimo, há uma evocação de “Cidadão Kane” de Orson Welles onde o Rosebud pesquisado, o qual se tenta decifrar, é a foto e o tempo narrativo é fragmentado ao sabor de evocações com afinidades eletivas. Calil destaca que, como na obra-prima de Orson Welles uma aura de mistério será sempre incontornável.

Em “O Homem que Matou o Facínora” (EUA/1962), uma das grandes obras primas de John Ford, a história da morte do bandido Liberty Valence (Lee Marvin), da ascensão profissional do advogado Ranson Stoddard (James Stewart) e sua disputa amorosa com o caubói enigmático Tom Doniphon ( John Waune) por Hallie (Vera Miles), se dá num contexto em que Ranson só acredita no poder das leis e Tom não acredita que se possa dispensar do poder das armas naquela cidade Shinbone, do Velho Oeste, ameaçada constantemente por Liberty, ainda muito longe de representar um marco civilizatório. Uma frase antológica do desfecho do filme possui diversas conotações: “Quando a lenda é mais forte que a verdade, imprima-se a lenda”. No filme de Ford, não há nenhum vestígio de cinismo nesta colocação. É uma constatação dos fatos ocorridos, suas repercussões e uma forma em que justiça se fez por vias transversas. A frase de certa forma pode ser também interpretada, como a essência da operação de criação das obras de arte cinematográficas de ficção. Este passo que vai da verdade estrita à lenda pode ser tido como uma transposição poética. Mimetizar simplesmente a realidade não é função da arte (pelo menos da ficção). Mesmo o neo-realismo italiano se nutria de invenções. Fellini, já distante do movimento que ajudou a criar, confessou: “Minto, mas sou sincero”. Entretanto, em “A Conquista da Honra” esta frase possui ainda outra conotação.

A farsa montada em torno da suposta força patriótica da bandeira, desnudada pelo filme, é uma lenda que se imprime em detrimento da verdade, com muito cinismo. Um dos sintomas eloqüentes disto é o racismo contra o índio Ira que volta e meia dá as caras até mesmo por parte de seus superiores que o constrangem a se exibir como o herói que ele não se enxerga junto a seus dois companheiros. O destino dos três ainda vai tornar mais crítico a ética da criação desta lenda. Com sua narrativa clássica, mas ao mesmo tempo moderna, Eatwood dialoga de uma forma não imediata e melancólica com o clássico de John Ford.

Conforme operação também vista, por exemplo, no pouco visto mas muito bom “Crime Verdadeiro (EUA/1999), nos belíssimos e celebrados “Os Imperdoáveis” (EUA/1992), “Sobre Meninos e Lobos” (EUA/2003) e no magistral “Menina de Ouro” (EUA/2004), Clint Eastwood em “A Conquista da Honra” é tremendamente solidário com seus personagens de certo modo marginais numa sociedade violenta e hierarquizada e não os demoniza, por mais desvios da ética dominante que eles cometam. A descontrução do mito da bandeira que se prestou a patriotadas está clara no filme. Neste sentido ganha paralelos com o que foi feito nos EUA em que “Bush filho”, ainda queria mandar milhares de soldados americanos ao Iraque, mesmo que esta operação tenha se mostrado um grande equívoco, uma guerra que nunca deveria ter começado. Mas o filme não se reduz a isso. É muito mais complexo. Eastwood não está evocando algo como a loucura da guerra do Vietnã como os cáusticos Francis Ford Coppolla e Stanley Kubrick nas obras-primas “Apocalipse Now” e “Nascido para Matar” respectivamente, para nos falar da loucura de todas as guerras. Por mais que nos mostre de certa forma estes vetores, não glamurizando em nenhum momento a guerra, realçando todo o inferno a que são submetidos os combatentes que perdem a vida na flor da idade, há um tom carinhoso ao mostrar as agruras e os esforços dos soldados, sem os configurar como cínicos, o que para um olhar desatento pode soar como belicismo, mas que é a rigor, uma forma de homenagear aqueles que foram peões num tabuleiro de xadrez complexo em que os que ditam seus destinos estão seguros em seus bunkers.

Tanto o olhar de Eastwood é generoso para os que participaram da batalha nesta ilha sulforosa, tradução de seu nome, que este extraordinário diretor teve a idéia de rodar também, formando um díptico, “Cartas de Iwo Jima”, uma versão da mesma luta, agora com atores japoneses, em japonês ( Clint dirigiu com um intérprete) para mostrar o ponto de vista do inimigo. É este filme, que angariou melhor fortuna crítica, tendo recebido o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, alguns prêmios de associações de críticos com melhor filme de 2006 e concorreu ao Oscar de Melhor Filme e Diretor. “A Conquista da Honra” concorreu só a dois prêmios técnicos. Uma flagrante injustiça, pois se trata aqui de um díptico extraordinário. Clint Eastwood com 76 anos na época está cada vez melhor enquanto cineasta. Com “A Conquista da Honra” constrói mais um castelo cinematográfico, onde o ser humano se vê mergulhado em labirintos éticos. Uma obra-prima do cinema contemporâneo a ser partilhada com o público, com grande emoção, desde o início em que vemos um soldado correndo, até o final dos letreiros de apresentação.

Ps. O título ideal para o filme no Brasil deveria ser a tradução literal “Bandeiras de Nossos Pais” (“Flags of Our Fathers”). “A Conquista da Honra” traz um tom triunfalista que o filme não tem.

“Cartas de Iwo Jima” de Clint Eastwood

Uma Viagem de Eastwood ao Outro que Mora no Inimigo

Em “A Conquista da Honra” a foto histórica de Joe Rosenthal, com o hasteamento da bandeira americana no Monte Suribachi de Iwo Jima, desencadeava uma discussão sobre a verdade do que se considera autêntico heroísmo, por trás de um festival midiático montado por todo EUA para vender bônus de guerra. Em “Cartas de Iwo Jima” (EUA/2006), filme complementar de Clint Eastwood, rodado simultaneamente, numa façanha sem precedentes na história do cinema americano dentre os grandes autores, temos uma maior concentração na guerra propriamente dita, só que vista pelo lado das desventuras dos japoneses. Não se pode dizer, a rigor, que seja uma visão japonesa do conflito de Iwo Jima, pois temos um diretor americano à frente de um projeto que surgiu de um argumento de Paul Haggis e Iris Yamashita, com roteiro desta última. Mas é inegável a generosa tentativa, lograda com louvor, de entender o universo do outro com o qual os americanos lutaram. O confronto com cartas do General Tadamichi Kuribayashi à sua mulher, recentemente descobertas em escavações, publicadas em livro, foram o estopim definitivo para a realização da obra.

Desta vez temos um filme que se estrutura com pausas em cartas que oficiais e demais patentes japoneses mandavam à suas famílias, quando estavam envolvidos num conflito do qual sabiam que tinham pouca ou nenhuma chance de vitória. O que podia ser feito e aconteceu, foi dificultar ao máximo a vitória dos americanos, estendendo os combates por 40 dias. O filme começa em 2005 quando cientistas japoneses perscrutando cavernas na Ilha de Iwo Jima, com canhões e armas enferrujados do lado de fora, descobrem algo enterrado. Não será difícil ao espectador imaginar o que seja. A emoção se mantém mesmo assim forte. O filme recua no tempo.

Em junho de 1944 chega à ilha de Iwo Jima o general Kuribayashi (Ken Watanabe) que tinha sido adido militar nos EUA e conhecia bem o inimigo com o qual se defrontaria como comandante geral nas operações na ilha. De cara descarta a idéia de escavar trincheiras na praia e investe na construção de ligações entre cavernas, de onde surpreenderiam os americanos. Suas ações tentam a se pautar pela moderação. O jovem padeiro Saigo (Kazunari Niromyia) que foi para a guerra sem convicções e forçado, com sua lúcida covardia diante de um espírito guerreiro imperial que chega a encarar o suicídio coletivo diante da derrota iminente como uma honra, é um forte contraponto ao tenente Ito (Shidou Nakamura), defensor implacável destes ideais. O tenente coronel, Barão Takeishi Nishi (Tsuyoshi Ihara), que conquistou uma medalha de hipismo nas Olimpíadas de Los Angeles em 1932 é um outro estrategista moderado. O melancólico soldado Shimizu (Ryo Kase) é tido como um espião.

Em 19 de fevereiro de 1945 ocorre o desembarque dos americanos e cenas vistas em “A Conquista da Honra” passam agora a serem mostradas por outros pontos de vista. Daí a força extraordinária deste díptico único no Cinema Contemporâneo. Os suprimentos dos japoneses vão cada vez mais se tornando escassos e as ajudas externas desaparecem, mas instigados por um código de honra imperial que a nós ocidentais soa estranho, vão de modo geral às últimas conseqüências, estoicamente. O curioso e fascinante é que nas cartas que mandam aos seus familiares, independentemente da patente, atos cotidiano é que são ressaltados. Uma das mais belas seqüências se dá quando um jovem soldado, um prisioneiro americano bastante ferido capturado, tem uma carta sua lida e todos se dão conta que em essência os que podem ser considerados os inimigos, são muito próximos. O que aprenderam sobre os inimigos, considerados antes de tudo covardes, estava deturpado por um fanatismo guerreiro.

Em “Glória Feita de Sangue” (EUA/1957) proibido na França durante vários anos, Stanley Kubrick nos mostra um vergonhoso episódio da primeira guerra mundial em que um general francês para receber mais insígnias conforme acordado com um superior, obriga seus soldados a enfrentaram uma missão suicida, sem chances de vitória na captura de um ponto estratégico, tido com o “Formigueiro”, de posse dos alemães. Os soldados avançam até certo limite. Ele por telefone obriga o capitão a atacar as próprias trincheiras, o que lhe é negado. Inconformado, em represália, acaba depois de negociações, para dar exemplo, levando três soldados à corte marcial onde são condenados à morte. Kubrick em econômicos 87 minutos, com mise en scène magnífica com é de seu estilo, com planos perfeitos, retrata os interesses, a hipocrisia e o sadismo que está por trás das ações de oficiais superiores. O coronel Dax (Kirk Douglas) tenta num tribunal precário e sumário advogar em nome das vítimas do poder que não enxerga limites. É um dos grandes filmes de guerra de todos os tempos.

Por que nos lembrarmos de “Glória Feita de Sangue” aqui? Porque por mais que os soldados de “Cartas de Iwo Jima” sejam levados a missões que de antemão sabe-se que são suicidas não há aqui o menor vestígio do arrivismo e cinismo desenfreados do primeiro filme, mesmo por parte do cruel e trágico tenente Ito, disposto até mesmo ao gesto de, com sua espada de samurai, cortar a cabeça de soldados que se recusam a morrer explodindo granadas no próprio corpo. O que move a todos, com as exceções como o padeiro, é um código de honra arraigado e particular, em defesa de sua pátria. Eastwood nos apresenta estes comportamentos todos, sem julgamentos e moralismos.

Nagisa Oshima no extraordinário “Furyo - Em Nome da Honra” (1983) tenta apreender em imagens e compreender as diferença entre Oriente e Ocidente, dentre outros temas, ao nos mostrar prisioneiros ingleses nas mãos de japoneses num campo de concentração na Ilha de Java em 1942, captando também as noções divergentes de honra entre os inimigos. Numa cena exemplar, Sargento G.Hara (Takeshi Kitano) diz ao Coronel Lawrence (Tom Conti), que em meio a muita violência, se tornou seu amigo, algo deste teor: “Por que é que você não se suicida?”. É pela admiração ao amigo que o sargento faz esta proposta. Não há nenhum cinismo.

“Cartas de Iwo Jima” é fotografado praticamente o tempo todo em sépia. O vermelho irrompe quando há sangue dos corpos feridos ou mutilados ou então o fogo atinge o corpo dos soldados. Sabemos de antemão que tudo ali pertence ao passado e a fotografia combina perfeitamente com o tom nostálgico pelas vidas que se foram e com o tom encantatório, pungente e simples das cartas.

Com uma estética totalmente diferente, com um colorido exuberante onde se realça a força da natureza, “Além da Linha Vermelha” (1998) de Terrence Malick nos mostra soldados americanos em batalhas contra os japoneses em Guadalcanal no Pacífico, em que a perda de vidas humanas em missões arriscadas é cada vez maior. O tom reflexivo e metafísico vem das lembranças e divagações dos soldados e oficiais americanos. Estes se angustiam por dúvidas cruciais: há algo além da tênue linha vermelha que separa a vida da morte e que sentido há em lutar? Já em “Cartas de Iwo Jima” a força da educação militar imperial, para o bem ou para o mal, move os japoneses, com algumas exceções, a acreditar que possa haver algo além que os recompensará. Isto não quer dizer que esta entrega não seja feita com incomensurável dor. O filme ressalta este aspecto com grande pungência.

Numa época em que a guerra do Iraque se arrasta há anos e há agora até a ameaça de conflitos com o Irã, dentre vários despropósitos associados, há uma terrível miopia dos EUA em relação ao que significa o outro, o que era acirrado na Era Bush e ainda tem seus tentáculos na era Obama em que o Afeganistão ainda está sob ocupação. Assim, por mais que Clint Eastwood diga em entrevistas que teria feito estes dois filmes, mesmo sem os acontecimentos decorrentes de 11 de setembro de 2001 (e há sinceridade no diretor), além das suas qualidades estéticas e humanas extraordinárias, “Cartas de Iwo Jima” e “A Conquista da Honra”, indiretamente comentam, inequivocamente, estes conflitos contemporâneos.

Ps1 Atentemos para uma parte da perspicaz crítica de Marcelo Lyra no site Cinequanon, “O Enxadrista Clint Eastwood”:

“O filme levanta um ponto delicado dessa guerra. Em vários momentos, os diálogos entre oficiais japoneses dão conta que o Japão estava praticamente derrotado. Num deles, fica claro que, depois da batalha de Mariana, o Japão praticamente não tinha mais navios para combate e a força aérea mal era suficiente para defender Tóquio. Ou seja, ao contrário do que a história oficial divulga, as bombas de Hiroshima e Nagasaki não eram fundamentais para a vitória. Talvez não fossem sequer necessárias. Fica no ar a sensação amarga de que os EUA aniquilaram as duas cidades para testar o poderio de seu novo brinquedinho nuclear ”

Algum especialista em estratégia militar teria alguns argumentos em contrário, a favor das bombas? Eu não tenho. Digamos por redução ao absurdo que uma delas fosse necessária. Pois então pra quê a outra?... Para mim o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki são acontecimentos tão terríveis e abomináveis quanto o Holocausto. O tribunal de Nuremberg de 1946/1947 foi manipulado e insuficiente, nos valendo de eufemismos.

Ps2 Estes dois textos foram publicados originalmente no jornal eletrônico Montlblãat. Agora surgem aqui com correções, cortes e acréscimos.

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Nelson Rodrigues de Souza

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