segunda-feira, 16 de agosto de 2010

“Vencer” de Marco Bellocchio: A Lucidez da Loucura e a Loucura da Lucidez









Obs. Este texto contém spoilers, ou seja, detalhes importantes da trama são revelados para uma melhor análise.

“Vencer” de Marco Bellocchio

A Lucidez da Loucura e a Loucura da Lucidez

Pátrias, Famílias, Religiões

E preconceitos

Quebrou não tem mais jeito

Agora descubra de verdade

O que você ama...

Que tudo pode ser seu

Marina/Antônio Cícero

Se é verdade como costumava dizer Peter Bogdanovitch que todos os bons filmes já foram feitos, que todas as histórias já haviam sido contadas (algo com o qual não concordo absolutamente), pode-se reciclar velhas histórias adotando pontos de vista suis generis. Assim, conforme lembrou o dramaturgo e romancista Alcione Araújo num curso que fiz, a História da Independência do Brasil pode ser contada do ponto de vista da Rainha Maria I, a louca...

Em “Bom Dia, Noite” (2003) Marco Bellocchio nos apresenta o seqüestro e morte do primeiro ministro da Itália Aldo Moro pelas Brigadas Vermelhas, através dos olhos de uma militante que vai aos poucos questionando a legitimidade de seus atos e de seus companheiros de luta, num terrorismo com causa, culminando num desfecho poético, uma licença que reconstrói a história que conhecemos.

“Vencer” (“Vinceri”/Itália/França/2009) é inspirado pelo livro do jornalista Marco Zeni publicado em 2005, resgatando a história (depois de 70 anos de esquecimento) de Ida Dalser ( Giovanna Mezzogiorno, não menos que extraordinária em sua comovente interpretação que alterna os inumeráveis estados do ser conforme Antoine Artaud ), que foi a primeira mulher a ter um importante papel na vida do jovem Benito Mussolini ( Fillipo Timi, excelente), com quem teve um filho, sendo os dois renegados pelo Duce quando de sua ascensão política.

Em “Vencer, como em “Bom Dia, Noite” temos um ponto de vista singular para acompanharmos os movimentos da História da Itália que faz juz à máxima de James Joyce “A História é um pesadelo do qual estou tentando acordar”.

O primeiro encontro de Ida e Benito se dá em Milão, pouco antes da eclosão da Primeira Guerra Mundial. Ela logo se apaixona loucamente por ele, mas a recíproca é suspeita. Quando fazem amor ela tem um orgasmo esplêndido e pleno de emoção, enquanto ele tem os olhos vidrados perdidos, um tanto alheios. Ele era um jovem de uma facção socialista que pregava a morte da Monarquia e da Igreja. Numa seqüencia emblemática de que a personalidade autoritária e histriônica de Mussolini já estava sendo esboçada, diante de uma platéia de afetos e desafetos, ele desafia Deus a fulminá-lo “nos próximos cinco minutos”. Caso isto não acontecesse Deus não existiria. Como nada acontece, ele afirma com força e raiva controlada: Deus não existe! Anos depois, já bastante poderoso, numa conveniência mútua se aliará à Igreja Católica.

Ida vende tudo que tem para ajudar Benito em seus projetos políticos. Ele exita, mas acaba aceitando como se fosse um empréstimo. Assim com este dinheiro surge o Jornal “IL Populo d`Itália, núcleo do futuro partido fascista, onde defende seu socialismo mal digerido e acaba apoiando a não neutralidade da Itália, desejando que ela participe da Primeira Guerra Mundial que eclode. Num discurso enfatiza já histrionicamente que “Esta guerra vai ser revolucionária.Vai dar com o sangue o movimento às rodas da História”. Ida engravida e emocionada conta ao amante a novidade.

Antes de partir para a guerra Mussolini reconhece o filho. Seu casamento com Ida, algo não comprovado historicamente, é mostrado mais adiante como se fosse um sonho dela.Mas após reencontrá-la no hospital onde ela vai visitá-lo, vendo-o com ferimentos de guerra, ele começa o processo de negação e apagamento do relacionamento que com ela teve, incluindo o desprezo pelo filho. Ida é afastada do leito e entra Rachele Guidi, com quem Mussolini, tudo podendo, se casou e teve cinco filhos.

O martírio de Ida começa, pois de forma alguma aceita ser preterida. Manda cartas ao Papa, ao rei, aos jornais, contando sua história com Mussolini, mas de nada adianta. De início morando com um cunhado, tio do filho, põe o garoto numa escola camponesa, mas faz questão de lembrar ao Duce em ascensão política que o filho dos dois deveria estar estudando em escola de elite. Num encontro entre os ex-amantes ela enfatiza: “Benito, olhe pra mim. Posso perdoar você, esquecer tudo”. Mas claro que isto implica que a reconheça como mãe de seu primogênito. Ida, por mais heróica e justa que desejasse ser, pelas artimanhas do poderio fascista, numa luta de David contra Golias, não consegue ser protagonista de sua própria vida e coadjuvante da vida dos outros (conforme se discute no Post sobre a “Trilogia Belvaux” já feito). Ela apaga sua determinada personalidade diante da personalidade do Duce. Acaba sendo coadjuvante de sua própria vida. Como Joanna D`arc ela passa a ser uma heroína trágica e suicida com o adicional de que sacrifica até mesmo a vida do filho. O que lhe falta é além de domar os seus sentimentos sinceros, mas por demais efusivos e vulcânicos, um conhecimento de como a História da Itália estava caminhando, para agir de uma forma mais estratégica em nome da auto-preservação e da de seu filho. Eu sei que agora é fácil escrever isso, pois para quem viveu as experiências por quais ela passou, uma nuvem se instala sobre a cabeça, cegando-a.

Como o Berlusconi de hoje, Mussolini era uma figura midiática. Mas enquanto o primeiro se escora na televisão, Mussolini apoiava-se nos cine-jornais exibidos nos cinemas. Assim o tema da construção da imagem também é uma das pedras de toque do filme. Ida assiste estes cine-jornais com fascínio e horror pelo abandono a que está sujeita, logo ela que havia dito “Fui a primeira a acreditar nele. Se ele se tornou o que é, deve a mim”. A arte cinematográfica evolui dos cine-jornais até filmes de Chaplin. Numa comovente exibição de “O Garoto” de Charles Chaplin Ida vê seu drama com o filho estampado na tela e chora lágrimas doces e amargas.

Numa investida em terra diante da sacada onde se encontra Mussolini, reagindo às negativas dele, o chama de ladrão sistematicamente, enquanto é afastada. Bellocchio apoiando-se numa belíssima e um tanto escurecida fotografia insere flashforwards onde de antemão vemos Ida sendo catalogada em sua triste estampa para um manicômio.

Como a causa obstinada de Ida não tem fim, ela como a mãe interpretada com brilho por Angelina Jolie no também fenomenal “A Troca” de Clint Eastwood (onde uma mãe recebe como sendo o filho desaparecido, um garoto que ela tem certeza que não é o seu filho) é então internada num manicômio, ficando a guarda do filho que se chama Benito Albino Mussolini com o cunhado. Mais tarde roubarão deste a guarda do menino que ficará com um tutor nomeado, marionetado pelas forças que sustentam o Duce. Mas o garoto também não aceita ser o que não é. Querem que ele se apresente como Benito Dauser. Ele insiste que é Benito Mussolini.

Ida, num manicômio com freiras significativamente cuidando do dia a dia, onde estão internados de modo geral os subversivos que a sociedade italiana da década de trinta não tolerava, acaba sofrendo horrores. Passa doze anos internada e algumas vezes ela é amarrada na cama com requintes típicos de uma medicina que não pretende curar, mas como nos alerta Michel Foucault, simplesmente vigiar e punir.

Ida escreve cartas para vários segmentos da sociedade italiana. Numa das cenas mais tocantes ela corre e sobe nas grades do manicômio. De posse das cartas encontra jovens que aderiram ao carisma sórdido do Duce e não encontrando eco acaba jogando as cartas ao sabor do movimento dos ventos.

Um psiquiatra querendo ser sincero e amigo dela lhe lembra que a verdade sistematicamente afirmada não é conveniente: ”Faz mal gritar permanentemente a verdade”. Ida que é uma mulher reprimida por estar adiante de seu tempo, se recusa simplesmente a casar e ser uma dona de casa reprodutora, o que acontece com a personagem de Sophia Loren (magnífica) no seminal “Um Dia Muito Especial” de Etore Scola onde seu personagem, solitária, de muitos filhos, trava contacto com um radialista homossexual (Marcello Mastroianni, num dos seus inúmeros grandes desempenhos) e perseguido pelo regime fascista. Este encontro se dá justamente no dia em que o marido fascista e todos os filhos saem para assistir as festividades comemorativas do encontro entre Hitler e Mussolini, o que é narrado pelo rádio.

Por mais que o psiquiatra insista que “é um erro ficar gritando sempre a verdade”, Ida continua obstinada por justiça como um personagem de tragédia grega. Numa fuga que empreende do manicômio ela chega até onde o filho estaria, mas não o encontra. Dizem que ele estaria trabalhando, mas na realidade ele também nos seus anos que deveriam ser áureos, está internado num manicômio e aí surge talvez a seqüência de maior impacto do filme. Benito Mussolini, o filho, também interpretado por Filippo Timi que já havia antes caricaturizado a caricatura que é o discurso do pai, quando foi instado a fazer isto por colegas, agora no manicômio faz uma feroz e demente imitação da loucura mussuliniana de uma forma dantesca, com esgares e aberturas fortes da boca que insinuam que a loucura do ambiente e da sociedade lhe contamina.

Num golpe de mestre Marco Bellocchio numa montagem ágil e genial, insere discursos e aparições do Mussolini real na narrativa sem se valer de Fillipo Timi, o que em nada prejudica a verossimilhança da história. Pelo contrário: só faz aumentá-la.

Bellocchio estreou no longa-metragem aos 26 anos com o não menos superlativo “De Punhos Cerrados” (1965), onde como um legista examinava as fraturas de uma família contagiada pela loucura interpessoal, onde uma mãe de quatro filhos não consegue educá-los. Em “O Diabo no Corpo” (1986), preparado junto com seu psicanalista Maximo Fagioli, o que lhe valeu severas críticas (injustas) de alguns setores, foca-se na relação bastante obsessiva entre Giulia (Maruschka Detmers, onde andará?) cujo pai foi uma autoridade assassinada pelo terrorismo, com o jovem Andrea ( Federico Pitzalis), que nos é mostrada incluindo um explícito e significativo fellatio, que tanta polêmica também causou. Em “Henrique IV” (1984) aborda a loucura pirandelliana do poder sem freios.

O mais interessante é que Marco Bellocchio retrata a loucura e/ou o avizanhamento dela com muita lucidez, em seus propósitos cinematográficos éticos e estéticos. “Vencer” ( um lema fascista) é um filme primorosamente filmado. Não é apenas um “conteúdo” eloqüente que se sobressai. Há um rigor formal admirável, um horror exposto de forma muito bela.

Há quem veja na segunda parte em que Ida vai para o manicômio um dramalhão, o que é um autêntico despropósito, pois Marco é fiel à saga de autodestruição heróica de Ida e conseqüentemente do seu filho, que nunca mais chegou a ver, apenas recebendo uma emocionante carta. Para estes detratores instala-se a confusão entre o que é melodrama ( um gênero nobre do cinema cultivado por grandes cineastas como Fassbinder, Douglas Sirk, Luchino Visconti, dentre outros) e o que é dramalhão como aqueles filmes arrebatados mexicanos da Pelmex. Mas é bom prestar atenção, pois um gênio como Luis Buñuel, exilado do franquismo no México, transformou o que seriam dramas baratos em grandes filmes. Mas confesso que não tenho uma teoria pronta para estabelecer a fronteira nítida entre o melodrama e o dramalhão. Têm-se aqui mais um caso de instinto e sentimento do que uma pensata bem esquadrinhada.

Bellocchio se vale de uma trilha sonora operística e grandiosa que vai se tornando cada vez mais forte, acentuando-se as misérias físicas e sentimentais a que os personagens vítimas do horror fascista são submetidos.

Um paralelo com Berlusconi que já está no seu terceiro mandato como Primeiro Ministro é inevitável por mais que Bellocchio fuja um tanto desta idéia, desta motivação. É inacreditável que um país pujante como a Itália depois da ressaca midiática de Mussolini através do poder do cinema, tenha dado espaço a este bufão de tantos processos pendentes, de fichas sujas, que é Berlusconi, o qual foi cutucado com vara curta no ótimo “O Crocodilo” de Nanni Moretti, sem os recuos no tempo como faz Bellocchio, retratando o presente por “um espelho distante”. Se Pasolini fosse vivo hoje faria “Saló:Os 120 dias de Sodoma-Parte II”, com mais horrores explícitos.....

Em suas últimas imagens vemos em “Vencer” o busto de Mussolini sendo triturado, o mesmo busto que o filho primogênito derrubou no chão num acesso de raiva pelo seu abandono pelo pai. Somos informados nos letreiros finais sobre as mortes de Ida e o filho, enterrados sem pompas em valas comuns.

Como nos também extraordinários “O Último Imperador” de Bernardo Bertolucci e “Adeus Minha Concubina” de Chen Kaige temos em “Vencer” uma protagonista é colhida/tolhida, tendo seu destino lhe fugindo ao controle pelo movimento da História. Se para Marx “A História se repete como farsa”, o que vemos na Itália hoje é a farsa de Mussolini se repetindo como farsa berlusconesca. Num certo sentido esta última é pior, pois o grotesco é um pouquinho mais disfarçado se escorando no poder da mídia televisão, o que nos faz neste caso dar razão a Sérgio Porto/ Stanislaw Ponte Preta: a televisão é uma máquina de fazer doidos.

Num festival de Cannes tão forte como o de 2009 onde ganhou o grandioso e niilista “A Fita Branca” de Michael Haneke tendo como concorrentes de peso “Anticristo” de Lars Von Trier, “Bastardos Inglórios” de Quentin Tarantino, “O Profeta”de Audiard, “Ervas Daninhas” de Alain Resnais,”Abraços Partidos” de Almodóvar, entre outros, eu dentre todos estes que vi, sem pestanejar, daria a Palma de Ouro a “Vencer”, deixando o segundo prêmio, o especial do júri para Haneke. Já o prêmio de melhor atriz daria mesmo a Charlotte Gainsbourg, maravihosa em “Anticristo”, mas pedindo desculpas a Giovanna por preteri-la, pois seu trabalho em “Vencer” é também daqueles para se reter para sempre.

Obs1 Nem sempre o diretor de um filme é a pessoa mais indicada para falar sobre ele, mas no caso de Marco Bellocchio, um artista bastante resistente aos modismos e ditames do mercado cinematográfico, uma avis rara que resiste ao tempo, representante autêntico e sobrevivente dos tempos áureos do grande Cinema Italiano, sua palavra é bastante elucidativa. Adiante vão algumas observações pinçadas de entrevistas e uma completa que podem ser lidas nos links adiante.

1- http://ipsilon.publico.pt/cinema/texto.aspx?id=257758

O filme passa-se nos anos em que o cinema se tornava no espectáculo popular por excelência. Com o teatro em crise, a ópera em crise, o cinema era o meio mais poderoso de comunicação. E Mussolini usa-o para afirmar a sua imagem... era essa a novidade italiana absoluta, porque antes dele nenhum político tinha dado importância à imagem. Ele é o primeiro político que constrói uma imagem fotográfica, cinematográfica para estabelecer uma relação directa com o povo, uma relação direi quase mística, religiosa. Não procurei, no entanto, fazer uma operação cinéfila ou analítica. Apenas usei o cinema na sua dimensão popular. Mas o cinema é um protagonista natural, e também evidente, nesta história.

É impossível ver Mussolini nessa óptica sem pensar...

...em Berlusconi [risos].

Esperava que as pessoas levantassem essa pergunta?

Não, no sentido em que essa intenção não existia. Nunca quis fazer um filme sobre Mussolini para falar de Berlusconi... foi algo que surgiu por si próprio, naturalmente. É interessante que aponte isso, porque não acredito num cinema de denúncia directa; para isso são muito mais eficazes a televisão e os jornais, e eu tenho uma ideia da arte mais elaborada, mais complexa, mais metafórica. Mas devo dizer que a atenção a esse tópico tem vindo mais dos jornalistas estrangeiros do que dos italianos.”

(Marco Bellocchio não deve ter visto o ótimo “O Crocodilo” de Nanni Moretti - Nelson).

Mas é inevitável ler as coisas desse modo, face à omnipresença da imagem na política italiana.

Claro. Existe, de facto, um paralelismo. Digamos que ambos intuiram naturalmente a força da imagem, o poder da imagem, referindo-se a meios diferentes porque as épocas eram diferentes - Mussolini através do cinema, Berlusconi através da televisão. Há, evidentemente, diferenças: Mussolini era um ditador, agora existe uma democracia, mas Berlusconi detém todo o poder sobre a imagem. E nesse sentido existe o paradoxo de estarmos numa democracia onde na verdade não existe uma democracia da comunicação, na medida em que Berlusconi controla todos os meios de comunicação e a televisão, bem mais poderosa que os jornais, que são mais críticos.

A outra diferença reside no poder económico de Berlusconi, que quis aceder ao poder devido às enormes vantagens económicas para as suas empresas, enquanto Mussolini era um ditador feroz mas não procurou enriquecer-se pessoalmente. Não é que tenha morrido pobre, mas mesmo tendo entrado a certa altura num delírio de omnipotência, Mussolini acreditava naquilo que fazia. Queria verdadeiramente criar uma Itália nova, fascista, um homem novo.

[Mussolini é interpretado por Filippo Timi na primeira metade do filme, após o que o actor desaparece de cena para ceder o seu lugar a imagens de arquivo do ditador, "que personalizámos ao máximo ampliando, desacelerando, modificando as relações espaciais - são sempre as mesmas quatro ou cinco imagens de arquivo que existem". Mas a verdadeira heroína de "Vencer" é Ida Dalser, interpretada - ou, antes, habitada - por Giovanna Mezzogiorno, a mulher que tudo perdeu por amor. O percurso peripatético de Ida justifica a afirmação de Bellocchio de querer fazer uma "ópera tragicómica", onde o trágico e o grotesco se cruzam, construída sobre a raiz do grande melodrama italiano.]

Fizemos ensaios muito precisos. Pedi-lhe para trabalhar sobre os silêncios e o único filme que lhe disse para ver foi a "Paixão de Joana d'Arc" de Carl Theodor Dreyer (1928). Pedi-lhe para observar Maria Falconetti [a actriz de teatro que representou o papel no filme] e para, sem precisar de falar, reproduzir essa dor, essa intensidade do filme de Dreyer, esse tipo de desespero e ao mesmo tempo de capacidade de afecto. E ela conseguiu encontrar, e isso é muito importante para um actor, algo na sua própria vida que pudesse alimentar a personagem, ou, no caso, algo na vida da sua mãe.

2- http://www.italiaoggi.com.br/not04_0609/ital_not20090521b.htm

Matéria para UOL-Cinema de Thiago Stivalleti

Ida faz a sua própria guerra, é uma heroína trágica. Na Itália, temos grandes mártires antifascistas como (o filósofo Antonio) Gramsci, mas queria contar a história de outros mártires menos importantes como ela", explicou Bellocchio.

Apesar de ser totalmente devotada a Mussolini, Ida é um personagem moderno, quase feminista. Ela adora o filho, mas acaba sacrificando-o em nome da verdade", disse a atriz Giovanna Mezzogiorno, que no ano passado esteve em Cannes com "The Palermo Shooting", de Wim Wenders.

O ator Filippo Timi interpreta Mussolini e anos depois seu próprio filho, que aprende a imitar o pai. "Meu desafio foi tornar humano um personagem tão odiado. É curioso como uma pessoa não pode ser cristã e violenta ao mesmo tempo, mas no caso de um ditador como Mussolini, o fato de afirmar-se cristão só lhe dava mais credibilidade aos olhos do povo".

3- http://www.italiaoggi.com.br/not04_0609/ital_not20090521b.htm

Carlos Heli de Almeida

Em geral, os filmes antifascistas são contados do ponto de vista de heróis ou mártires, o que não é o caso de Vincere. Ida foi uma mulher que se apaixonou loucamente não só por Mussolini como também pelas idéias dele, o que a torna uma personagem cheio de contradições – explicou Bellocchio. – O mais interessante na história de Ida é que ela se recusou a ser descartada da história oficial, nunca aceitou que o seu papel na vida de Mussolini fosse ignorado. Para nossa sorte, existem livros e farta documentação sobre Ida e o relacionamento com o ex-ditador suficientes para que ela não caísse no esquecimento.

4- http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1579271&seccao=Cinema

Leia a entrevista com Bellocchio “O Amor Louco é Aquele Que Nunca Aceita a Realidade”

Obs 2 Em minha vida pessoal passei em um outro contexto, de outras formas, por dilemas análogos aos sofridos por Ida mas não tão radicais assim. Não é à toa que este filme me toca tanto. Mas isto fica para outro post.

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://sp1.imgs.sapo.pt/0005/83/c6/2d/83c62d8bd62b6c1fbd8c02d37c99aa81.jpg&imgrefurl=http://splitscreen-blog.blogspot.com/2010/05/estreias-27-maio10-cold-souls-vincere.html&usg=__V8yD478sBIR2XwFtaNSzvlzCtME=&h=341&w=234&sz=37&hl=pt-BR&start=0&tbnid=SJxaZ2z5FVlqWM:&tbnh=128&tbnw=89&prev=/images%3Fq%3D%2522Viver%2522%2522Marco%2BBellocchio%2522%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26biw%3D1360%26bih%3D671%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=891&vpy=36&dur=1&hovh=271&hovw=186&tx=112&ty=160&ei=235pTNL8G8X6lwfsjYWhBQ&oei=235pTNL8G8X6lwfsjYWhBQ&esq=1&page=1&ndsp=32&ved=1t:429,r:5,s:0

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh4y5VhamhXaBKfFKL7uVxKK-7ZH4vHmJKgwSxRN4bb8QZg0Q0GrT0bS3Rqb6GpVNb1hfeYqmVnaVUn1JYl8x8NY_i94vRrF62FaIkQz-7TKCG59T0LogTiXlDbqMFuDjsKoOOHusiAtc/s1600/giovanna-mezzogiorno-con-filippo-timi-in-una-bella-sequenza-di-vincere-diretto-da-marco-bellocchio-113869.jpg&imgrefurl=http://cinemacomocultura.blogspot.com/&usg=__VMksK1-gDSKkDdpUG0b41vX0iNg=&h=526&w=800&sz=84&hl=pt-BR&start=0&tbnid=QJOJJjpns2JBsM:&tbnh=114&tbnw=174&prev=/images%3Fq%3D%2522Viver%2522%2522Marco%2BBellocchio%2522%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26biw%3D1360%26bih%3D671%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=330&vpy=80&dur=62&hovh=182&hovw=277&tx=132&ty=99&ei=235pTNL8G8X6lwfsjYWhBQ&oei=235pTNL8G8X6lwfsjYWhBQ&esq=1&page=1&ndsp=32&ved=1t:429,r:2,s:0

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2009/09/181_2858-alt-Vincere---REDUX-1.jpg&imgrefurl=http://oglobo.globo.com/blogs/ny/posts/2009/09/28/marco-bellocchio-da-sua-visao-vertiginosa-do-fascismo-como-espetaculo-227164.asp&usg=__nWEjO1CS4FFaQJNt501TGp313pU=&h=333&w=500&sz=31&hl=pt-BR&start=0&tbnid=Ydsz2ddk6-FvhM:&tbnh=123&tbnw=161&prev=/images%3Fq%3D%2522Viver%2522%2522Marco%2BBellocchio%2522%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26biw%3D1360%26bih%3D671%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=285&vpy=217&dur=2376&hovh=183&hovw=275&tx=147&ty=109&ei=235pTNL8G8X6lwfsjYWhBQ&oei=235pTNL8G8X6lwfsjYWhBQ&esq=1&page=1&ndsp=32&ved=1t:429,r:9,s:0

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://cinemascopian.com/pics/vincere.jpg&imgrefurl=http://noite-americana.blogspot.com/2010_06_01_archive.html&usg=__ayCXDW4qUqTeqU7pBMzE2UQS1G0=&h=336&w=640&sz=104&hl=pt-BR&start=0&tbnid=8nH-uQK0Tc9CsM:&tbnh=119&tbnw=143&prev=/images%3Fq%3D%2522Viver%2522%2522Marco%2BBellocchio%2522%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26biw%3D1360%26bih%3D671%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=175&vpy=360&dur=560&hovh=163&hovw=310&tx=156&ty=91&ei=235pTNL8G8X6lwfsjYWhBQ&oei=235pTNL8G8X6lwfsjYWhBQ&esq=1&page=1&ndsp=32&ved=1t:429,r:17,s:0

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl0ACrzoe7vFko3JEghnYQa88uGWThO_zI3QTdZA_cktF4Mo0LwjgqbRP-BIGSdZVL8aITFZZ6VVtNsDRmBMb05KjPIZsABqZYXMSp201S_4aBV1jxu-tNvQujCCsh8MjScFLEv0W0dwk0/s400/vincere.jpg&imgrefurl=http://portalcinema.blogspot.com/2010_02_01_archive.html&usg=__Uqs9U0bmcen4BTQmuanwVrw9HxI=&h=400&w=280&sz=30&hl=pt-BR&start=0&tbnid=SR6_Djepmp1aJM:&tbnh=134&tbnw=94&prev=/images%3Fq%3D%2522Viver%2522%2522Marco%2BBellocchio%2522%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26biw%3D1360%26bih%3D671%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=1131&vpy=313&dur=1221&hovh=268&hovw=188&tx=88&ty=136&ei=235pTNL8G8X6lwfsjYWhBQ&oei=235pTNL8G8X6lwfsjYWhBQ&esq=1&page=1&ndsp=32&ved=1t:429,r:31,s:0

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://mauriciostycer.blog.uol.com.br/images/vincere1.jpg&imgrefurl=http://mauriciostycer.blog.uol.com.br/&usg=__q3z6DF_ZXIeMUdyQWFtseOcszxM=&h=183&w=350&sz=14&hl=pt-BR&start=32&tbnid=EHu4Iituves_3M:&tbnh=125&tbnw=239&prev=/images%3Fq%3D%2522Viver%2522%2522Marco%2BBellocchio%2522%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26biw%3D1360%26bih%3D671%26tbs%3Disch:10,560&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=913&vpy=435&dur=1831&hovh=146&hovw=280&tx=126&ty=73&ei=d4NpTMOFJcTflgeS16SfBQ&oei=235pTNL8G8X6lwfsjYWhBQ&esq=2&page=2&ndsp=17&ved=1t:429,r:15,s:32&biw=1360&bih=671

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://carmattos.files.wordpress.com/2009/10/mussolini-e-berlusconi.jpg%3Fw%3D397%26h%3D201&imgrefurl=http://carmattos.wordpress.com/tag/festival-do-rio-2009/&usg=__-BObIjhsl5jza6PGuVPomU26x-0=&h=201&w=397&sz=18&hl=pt-BR&start=32&tbnid=T60v5pf3E7DlDM:&tbnh=127&tbnw=250&prev=/images%3Fq%3D%2522Viver%2522%2522Marco%2BBellocchio%2522%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG%26biw%3D1360%26bih%3D671%26tbs%3Disch:10,560&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=1003&vpy=306&dur=8872&hovh=160&hovw=316&tx=151&ty=81&ei=_YNpTIvpDoWKlwfdo-SeBQ&oei=9YNpTNmEFMKBlAfW_uWfBQ&esq=2&page=2&ndsp=17&ved=1t:429,r:10,s:32&biw=1360&bih=671

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXXtB1GfbqClQ5tAtodJFtaCE5TzdUBADL45NGKa6FZH9DWlgX0lCUd2lzzioj_5Zmb5FRPOTWmJcsG53ja49AiLoMebLE3ahCUoCixG8apHsxOnAVvvEpjkGuD-cvhIHlOiOGdQ3bft4/s400/marco_bellocchio.jpg&imgrefurl=http://cinemacomocultura.blogspot.com/&usg=__j6JzlFwZa7JxRyXv-F3-p94e5Nk=&h=374&w=263&sz=19&hl=pt-BR&start=0&tbnid=rGUWEryAnGqbnM:&tbnh=128&tbnw=92&prev=/images%3Fq%3D%2522Viver%2522%2522Marco%2BBellocchio%2522%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG%26biw%3D1360%26bih%3D671%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=116&vpy=38&dur=187&hovh=268&hovw=188&tx=110&ty=148&ei=lIRpTM2WCYKBlAf2kannBg&oei=9YNpTNmEFMKBlAfW_uWfBQ&esq=3&page=1&ndsp=32&ved=1t:429,r:0,s:0

Nelson Rodrigues de Souza

Um comentário:

  1. Seu blog é bem interessante, mas a diagramação dele é muito ruim, não dá vontade de ler. Se quiser um conselho, tente reformulá-lo ou chame um webdesigner. É uma crítica construtiva, espero não ofendê-lo.

    ResponderExcluir