quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Exceções Recorrentes nas Artes Plásticas&Performances e no Cinema (acrescento eu)










Exceções Recorrentes nas Artes Plásticas&Performances e no Cinema (acrescento eu)

Primeiro leiamos o email do artista plástico Frederico Dalton ao seu curador Osvaldo:

Caro Osvaldo

Obrigado pela lembrança sobre a possibilidade de termos um título para a exposição.

Aqui vai minha sugestão: EXCEÇÕES RECORRENTES.

O título EXCEÇÕES RECORRENTES pretende provocar uma reflexão sobre as seguintes perguntas:

Qual a “taxa de recorrência” necessária para que uma exceção deixe de ser considerada como tal?

Que tipo de tensão haveria entre os termos “exceção” e “diferença”,se ressaltarmos o aspecto mais negativo do primeiro (segregador, denominador de períodos autoritários e justificador da incompetência pública ou privada) e o mais positivo do segundo (deleuziano, produtor de subjetividade e incentivador da criatividade)?

A visibilidade cada vez maior conferida às exceções (manifestações de minorias sociais e sexuais, acidentes, crimes e espetáculos) consolida a democracia ou os mecanismos de controle sobre o cidadão?

O que significa realmente ser “minoria” hoje?

A arte ainda pode ser considerada uma situação de exceção? Mas o que dizer do número estonteante de novos artistas (um proletariado artístico?), da insignificância de critérios para a arte e de sua dissolução em campos tão diversos como a arte-terapia e o marketing cultural?

O mito da originalidade do artista não estaria desconsiderando "exceções recorrentes"?

Qual o limite possível para minha utilização de um meio de exceção (a projeção de slides) em meu trabalho? Até que ponto isto me será tecnicamente viável?

Até que ponto esta minha insistência numa tecnologia obsoleta e pouquíssimo usada como os projetores de slides não seria uma forma de preciosismo, uma tentativa de tornar permanente a recorrência de uma exceção?

Ao mesmo tempo em que me proponho a debater estes dilemas, posso adiantar algo em que acredito: ao propor “Exceções Recorrentes” como título da exposição, revelo crer que realmente existem situações únicas que mantêm seu traço incomum apesar de retornaremconstantemente. Minha sugestão de título indica que estou inclinado a reconhecer a arte _ a despeito de toda sua associação com mecanismos de comércio e poder _ como um recorte sensível, uma pausa para re-invenção do que nos é dado como pronto e incontestável.Apesar da pulverização necessária para que a rede contemporânea se “democratize” cada vez mais, acredito na subsistência de um individual, de um lampejo de intraduzibilidade cada vez mais fugaz, porém indestrutível.

Frederico Dalton

A exposição de Frederico Dalton, “exceções recorrentes” que vi, adorei e recomendo a todos os leitores do Blog, pode ser desfrutada/fruída/sentida/pensada na Galeria LGC Arte Contemporânea, Rua do Rosário, 38- Centro-Rio de Janeiro ( perto do CCBB-RJ), tel 22637353.

Visitação: 10 de agosto a 18 de setembro de 2010

De terça a sexta de 11 às 19 horas sábado de 12 às 17 horas

O texto do curador em resposta às inquietações de Frederico Dalton é o que se segue:

exceções recorrentes

Frederico Dalton

Qual a “taxa de recorrência” necessária para que uma exceção deixe de ser considerada como tal? A visibilidade cada vez maior conferida às exceções (manifestações de minorias sociais e sexuais, acidentes, crimes e espetáculos) consolida a democracia ou mecanismos de controle sobre o cidadão? A arte ainda pode ser considerada uma situação de exceção? Mas o que dizer do número estonteante de novos artistas (um proletariado artístico?), da insignificância de critérios para a arte e de sua dissolução em campos tão diversos como a arte-terapia e o marketing cultural? O mito da originalidade do artista não estaria desconsiderando “exceções recorrentes”?

Com essas e outras questões em mente Frederico Dalton nos oferece um espetáculo diverso da simples amenidade de ver uma exposição. Há uma neblina que deve precipitar, mas isso só é possível se nos deixarmos imiscuir à sua imagética escultural que nada tem de simples, ao contrário, que se revela plena de contrapesos. Quando pensamos em estar satisfeitos pelo olhar, descobrimos outra camada que se revela na memória, que nos puxa para outro centro de gravidade. Assim caminham os trabalhos de Frederico Dalton, numa constância imperceptível de mudança.

Osvaldo Carvalho

Rio de Janeiro, agosto de 2010.

Fotos de quatro trabalhos de Frederico Dalton, dentre outros, nesta exposição, estão ilustrando o post. A saber, de baixo para cima:

1- Lanterninhas-constelações, 2010

2- Fios Tontos,2010

3- Filtro com Neblina, 2010

4- Me Chamo Chama, 2010

Quem não for à exposição e apenas fruir as fotos não terá idéia do que seja o trabalho de Dalton em sua poderosa cinética através de projeções de slides.

Mas por que esta exposição me atraiu tanto?

Porque acredito que muitas das questões que Frederico levanta sobre as artes plásticas&performances são também válidas para o cinema hoje, visto desde seus primórdios com os Irmãos Lumière, Méliès, Griffith, Einsenstein até o Cinema Contemporâneo.

Como responder às seguintes perguntas, dentre várias possíveis, com segurança?

Quando o que é projetado numa tela é Cinema, quando não é?

Quais as fronteiras entre um filme escorado no classicismo e um filme acadêmico?

Até que quando um plano-sequência longo tem pathos, “fica porque significa” ou é um mero fetiche exibicionista do cineasta?

Existem filmes de ótimos roteiros, mas que são filmes ruins porque o que sobressai mais é o roteiro e afinal estamos vendo um filme e não interessados em ler um roteiro?

O Dogma 95 foi um grande movimento cinematográfico ou só deu frutos podres?

Existe filme tese? Filme tese é necessariamente ruim?

O Cinema pode ser didático e grandioso? No Teatro temos o teatro didático genial de Bertold Brecht. Por que no Cinema não pode haver algo análogo?

O mais importante num filme são as imagens? E o cinema falado, verborrágico e maior de Eric Rohmer (com exceções.....) como é que se situa nesta história?

As imagens hoje de mais filmes sobre o holocausto nos conscientizam mais ainda sobre os horrores operados pelo nazismo ou nos anestesiam para os horrores perpetrados pelo Estado de Israel contra os palestinos?

Uma tela totalmente em branco pode ser um filme/obra de arte? O que dizer de um curta-metragem apresentado em Cannes há anos atrás em que depois de rápidas imagens a tela ficava em branco e acompanhávamos as conversas sobre os dramas dos projecionistas, quando então passávamos a refletir na questão de que para vermos um filme com grandes astros, existem anônimos trabalhando?

Uma tela totalmente escura por certo tempo é bom cinema? O que dizer então de “Dançando no Escuro” de Lars Von Trier em que para entrarmos na pele da protagonista que está perdendo a visão, a tela fica toda negra por razoável tempo no início?

Quais as fronteiras que separam o sublime erotismo no cinema da mera pornografia? Filme pornográfico pode também ser arte? “Quando há emoção no rosto dos atores é arte, quando só há ginástica erótica não é arte”- é um bom critério?

Quando o sexo explícito no cinema é orgânico à obra, quando não é? O que dizer de filmes como “O Império dos Sentidos” de Nagisa Oshima, “Intimidade” de Patrice Chérau? “ShortBus” de John Cameron Mitchell, “Desejo e Perigo” de Ang Lee? “O Diabo na Carne de Miss Jones” e “Garganta Profunda” são obras de arte?

Um filme previsível é um mau filme? O que dizermos das séries Indiana Jones, Batman, SuperHomem, Homem Aranha, etc em que sabemos de antemão que por mais reviravoltas que haja nas histórias, por mais ameaças que os heróis sofram, eles estarão sãos e vivos ao final do filme, prontos para uma continuação?

Quando um filme é humanista, quando não é? É importante esta noção de humanismo, tão cara aos cineastas do neo-realismo italiano, no cinema contemporâneo? Ou humanismo virou palavrão?

Quais as fronteiras entre um filme doce, terno, encantador e um filme açucarado, piegas? O que dizer dos filmes de Chaplin hoje? O que dizer de uma obra como “As Chaves de Casa” de Gianni Amélio? O que dizer de “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain?

Pode-se dizer que um filme é chato ou tem seqüências chatas sem incorrer em fortes simplificações, renunciando-se a um pensamento mais consistente sobre a obra em questão? Os filmes de Godard e Bressane têm algumas seqüências chatas?

Michael Moore fez muito bem em encurralar Charlton Heston em “Tiros em Columbine” por este ter ido fazer lobby de armas numa cidade onde na véspera houve disparos de um franco-atirador que matou várias pessoas numa escola ou ficamos solidários a Heston por estar sendo pressionado por um documentarista que deveria ter senso ético e ficar mais neutro? Neutralidade é possível?

A crítica cinematográfica hoje tão pulverizada pelos jornais impressos, sites, blogs, etc é ainda indispensável, imprescindível ou Millôr Fernandes tem razão ao dizer numa conversa com Sérgio Augusto: ”Não tenha dúvida. A função da crítica cinematográfica é nos fazer de bobos?

Até que ponto o cinéfilo deve ver mais filmes ou deve parar para reavaliar a própria vida, seus projetos pessoais?

Pode-se valer do cinema como um bom antidepressivo como Mia Farrow em “A Rosa Púrpura do Cairo”? Ou é melhor não fugir e encarar os problemas de frente?

Um grande trabalho de ator já pode justificar a ida ao cinema mesmo com sérias restrições ao roteiro e demais elementos fílmicos? Acabou de vez o “divismo hollywoodiano”?

Elia Kazan entregou companheiros ao comitê de atividades antiamericanas na época do macartismo, mas continuou realizando obras-primas como “Sindicato de Ladrões” e “Clamor do Sexo”. Ele merecia o Oscar honorário pela carreira que recebeu das mãos de Martim Scorsese, entre aplausos, vaias e mãos cruzadas na platéia?

Quais os limites para exposição de cenas violentas no cinema? Quando estas cenas são orgânicas ao filme ou são apelações sórdidas?

Existem filmes fascistas? “Menina Má.com” de David Slade e/ou “Valente” de Neil Jordan são filmes fascistas?

“O Triunfo da Vontade” e “Olimpíada” de Leni Riefenstahl são filmes extraordinários, clássicos do cinema ou são péssimos filmes por embutirem em si a ideologia nazista?

“O Nascimento de Uma Nação” de D. W. Griffth que faz apologia da Ku Klux Klan de forma acrítica pode ainda ser considerado uma das obras-primas do cinema, um autêntico clássico?

Existe cinema homoerótico? Existe uma estética GLBT no cinema? Existe cinema GLBT? Alguém que não fosse gay poderia fazer os filmes que Pedro Almodóvar faz?

Um cineasta que não fosse negro poderia fazer filmes de Spike Lee como “Faça a Coisa Certa”, “Malcom X”, “Febre na Selva”, "A Hora do Show", dentre outros?

Um cineasta masculino poderia fazer os filmes que Jane Campion faz como “O Piano”, “Um Anjo em Minha Mesa”, Brilho de Uma Paixão”, dentre outros?

Quais as fronteiras que separam um nobre melodrama de um dramalhão, sem que apelemos à aura da grife do cineasta?

Quando um filme de guerra é pacifista ou belicista? Um filme de guerra para aspirar ao status de grande arte tem de ser necessariamente pacifista? Um filme de guerra pode fazer desta um espetáculo? É possível fazer um filme de guerra que renuncie à noção de espetáculo? Afinal o que é espetáculo num filme?

Over-acting de um ator é ruim para um filme. Mas quais os limites que separam o que seria over-acting de uma representação forte, pungente, pertinente ao desenvolvimento dramático do filme em que isto se dá? Exemplificando: Lima Duarte em "Sargento Getúlio", "Klaus Maria Brandauer em "Mephisto", Marlene em "A Volta do Filho Pródigo", Filipo Tirri em "Vencer" estão atuando de forma over-acting?


Etc...etc...etc...etc........etc........

Enfim quantas ”exceções recorrentes” podemos encontrar para as questões levantadas?

De minha parte posso afirmar que dado a quantidade/qualidade dos filmes que já vi nenhuma teoria pronta sobre cinema pode ser ouvida/lida por mim sem que eu imediatamente não pense em obras que são bastante interessantes, no mínimo e não obedecem em nada à teoria proposta. Pra mim o cinema é mais forte que qualquer teoria cinematográfica. Não é à toa que um dos títulos de livros de cinema que mais admiro é “Infinito Cinema” do decano da crítica Ely Azeredo. Ou seja, o caminho do cinema o cineasta faz ao atravessá-lo. Um livro que recomendo a todos é “Grandes Diretores de Cinema” de Laurent Tirard (diretor do belíssimo “O Pequeno Nicolau” em cartaz) em que praticamente as mesmas perguntas foram feitas a 21 cineastas e as respostas são as mais variadas, discordantes e idiossincráticas possíveis.

Truffaut tornou-se logo célebre pelo artigo “Uma certa tendência do cinema francês”( 1958) que lançou os pilares da Nouvelle Vague. O cinema francês estaria até então dominado por produções pesadas, caras, feitas em estúdio como se fossem “fabricadas” no Projac da Rede Globo da época. Mas o que dizer de um dos diretores estigmatizados como Marcel Carné que nos legou um dos dois ou três melhores filmes da História do Cinema Francês que é “Boulevard do Crime” com a maravilhosa Arletty? O que dizer do fantástico “O Corvo” de Henri-Georges Clouzot, outro diretor estigmatizado? O que dizer de outros tantos filmes anteriores à Nouvelle Vague que podem ser lembrados?

Anos depois o feitiço virou contra o feiticeiro. Godard acusou Truffaut de estar fazendo justamente filmes como os que criticava na época áurea dos Cahiers du Cinéma e os dois romperam de uma forma muito feia. Truffaut morreu cedo deixando várias obras- primas e clássicos e Godard continuou seguindo com sua obra iconoclasta. Numa entrevista publicada por O Globo chegou a dizer que dos seus companheiros de Nouvelle Vague , o único que não havia se vendido ao cinema comercial era Eric Rohmer e que do cinema contemporâneo pouco lhe interessava a não ser “Brown Bunny” de Vincent Gallo. Haja paciência para tolerar tantas idiossincrasias transmutadas em consciência crítica de um tempo....

Enfim vamos arrematar este post que só termina realmente com a cabeça do leitor fervilhando, com uma máxima deliciosa de Millôr Fernandes:

Toda regra tem exceção. Esta também é uma regra. Então deve estar andando por aí uma regra sem exceção

Ps. Pessoal,

Recebi de Frederico Dalton o press release de sua exposição. Aos que se interessarem em conhecer melhor as ideias que nortearam os trabalho ele vai adiante. Os grifos são meus.

INFORMAÇÃO PARA A IMPRENSA (PRESS RELEASE)

Exposição: EXCEÇÕES RECORRENTES – FREDERICO DALTON

Artista: Frederico Dalton

Local: LGC Arte Contemporânea

Endereço: Rua do Rosário, 38, Centro, Rio de Janeiro, RJ, 20041-000

Telefone: (21) 2263-7353 (Contato: Jane Figueiredo, administradora da galeria)

www.artelgc.com.br

E-mail: artelgc@terra.com.br

Período de visitação:

10 de agosto a 18 de setembro

De terça a sexta de 11 às 19h e aos sábados de 12 às 17h

A Exposição:

O artista plástico e fotógrafo carioca Frederico Dalton (1960) apresenta oito trabalhos inéditos em exposição individual na galeria LGC, no Centro. Com curadoria de Osvaldo Carvalho, a exposição apresenta obras inéditas em suportes variados, mas também inclui objetos integrados a projeções de slides, um meio que se transformou na marca registrada do artista. Após sua última exposição individual no Rio (Oi Futuro em 2007), Frederico buscou ampliar sua experimentação para além das imagens projetadas e o resultado desta pesquisa são desenhos que incorporam, por exemplo, objetos fixados por adesivo transparente e fotografia integrada à lâmpadas do tipo LED. Comum a todas as obras há uma atmosfera tranquila, mas que ao olhar mais atento revela profunda inquietação sobre temas sociais e existenciais. O artista não busca o virtuosismo na apropriação da tecnologia, mas a utiliza minimamente como recurso para transmitir mensagens de maneira instigante.

Ao longo de sua trajetória de quase 20 anos, após seus estudos com Nam June Paik e Nan Hoover na Academia de arte de Duesseldorf, Alemanha, Frederico obteve vários prêmios significativos, entre eles os do Salão da Bahia, Salão de Pernambuco e Arte Pará. O artista é mestre em comunicação e cultura pela Escola de Comunicação da UFRJ.

Relação das obras na exposição:

Título: Filtro para Neblina

Ano de realização: 2010

Técnica: Projeção de slide sobre objeto

Descrição: Esta obra é a projeção contínua de um único slide sobre um funil branco afixado à uma parede da mesma cor. A foto de um caminhante solitário sobre uma ponte de madeira envolta em densa neblina evoca tanto questões existenciais como o papel do artista na sociedade. O funil é visto pelo artista tanto como filtro e prisma que faz convergir para o artista as informações do mundo como metáfora de uma sensibilidade transformadora e crítica. A foto utilizada nesta obra, como todas as outras da exposição, foi tirada pelo próprio artista. Ela registra o fenômeno da repentina neblina, que é habitual na cidade paulista de Paranapiacaba.


Título: Fios Tontos

Ano de realização: 2010

Técnica: Projeção de slide sobre objeto em movimento

Descrição: Interferindo sobre o rosto de um jovem de cabelos compridos há um grosso barbante que gira constantemente, ampliando para o espaço tridimensional os longos fios de cabelo do rapaz. Este movimento é produzido por um pequeno motor afixado precariamente à parede acima da foto por meio de uma folha de adesivo transparente. O resultado é uma obra que alude a uma possível situação de transe e que, por isso, pode falar dos limites entre loucura e método e entre instinto e civilização.


Título: Decalque

Ano de realização: 2010

Técnica: Projeção de slide sobre objeto

Descrição: Aqui se vê a foto projetada de um fusca branco estacionado numa calçada sendo interceptada por uma simples folha branca de papel A4 suspensa por um fio de nylon. Movimentada apenas pelo ar que se desloca com o movimento de pessoas em torno da obra, a folha branca provoca distorções e deslocamentos na imagem do carro. O trabalho se refere à obsolescência e memória.


Título: Lanterninhas-constelações

Ano de realização: 2010

Técnica: Mista (Objeto cinético)

Descrição: Vinte e uma lanterninhas feitas com canetas BIC e lâmpadas tipo LED projetam sua luz em trajetória semi-circular constante. As diversas cores das lâmpadas, as distorções nas formas de suas projeções na parede e o ritmo delicado do movimento induzem a uma experiência cósmica e meditativa.


Título: Mini-conferência com a luz

Ano de realização: 2010

Técnica: Mista (Fotografia com LED)

Descrição: À pequena fotografia banal de um homem desconhecido que procura algo dentro de uma sacola branca foi acrescentada uma lâmpada LED. Esta está instalada exatamente atrás desta bolsa. Assim, temos a impressão que, ao conferir corriqueiramente o conteúdo da sacola, o homem encontra um objeto mágico e de múltiplas significações.


Título: Me chamo Chama

Ano de realização: 2006-2010

Técnica: Fotografia

Descrição: Uma estatueta de pouco mais de 10 cm de altura que, em lugar de uma cabeça tem uma vela redonda acessa, foi fotografa pelo artista e ampliada para a dimensão de 45 X 75cm. O obra remete a questões sobre criatividade, auto-suficiência e transitoriedade sem contudo dispensar um toque de humor, facilmente percebível em seu título.


Título: Carioca Comendo Cobre

Ano de realização: 2010

Técnica: mista (desenho e objeto)

Descrição: O título da obra faz alusão ao famoso quadro “Caipira Picando Fumo” (1893, Pinacoteca do Estado de São Paulo) do pintor paulista Almeida Júnior. Todavia, o desenho aborda questões bastante contemporâneas e locais, especificamente os constantes roubos de fios elétricos da iluminação pública. Para Frederico, o cobre destes fios remete a dois universos absolutamente antagônicos, mas que são abordados numa mesma obra: a marginalidade e a arte, o crime e a beleza. O desenho tem fios de cobres reais afixados à sua superfície com adesivo transparente, mesmo material utilizado para prender a obra à vitrine da galeria. Resta torcer para que se esta obra não desperte o interesse apenas dos ladrões de fios.


Título: Broken English (This LED me to you)

Ano de realização: 2010

Técnica: mista (desenho e objeto)

Descrição: O trabalho é um desenho sobre uma placa de acrílico branca mostrando o encontro do próprio artista com um personagem misterioso e totalmente diferente dele ao qual entrega um objeto luminoso, na verdade uma lâmpada vermelha tipo LED que acende e apaga intermitentemente. Entre os dois, a frase “This LED me to you” faz um jogo com a palavra inglês “led” (guiou, levou) e alude possivelmente à complexidade inerente ao encontro entre o artista e o público, entre a obra e seu espectador.

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.substantivoplural.com.br/wp-content/uploads/2010/05/imperio-dos-sentidos.jpg&imgrefurl=http://www.substantivoplural.com.br/sem-folego-traz-a-bombinha/&usg=__IpZxH7c7u439i-RQAfddsoJAn2A=&h=225&w=400&sz=16&hl=pt-BR&start=0&tbnid=_G0tGKCeQRYx_M:&tbnh=121&tbnw=171&prev=/images%3Fq%3D%2522O%2BImp%25C3%25A9rio%2Bdos%2BSentidos%2522%2522Nagisa%2BOshima%2522%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26biw%3D1360%26bih%3D671%26tbs%3Disch:10,117&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=807&vpy=119&dur=729&hovh=136&hovw=242&tx=161&ty=95&ei=g4hhTIfeH4SglAeax4H6CQ&oei=WIhhTP7VIYL6lweqg_CVCQ&esq=3&page=1&ndsp=34&ved=1t:429,r:14,s:0&biw=1360&bih=671

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://dialmformovies.files.wordpress.com/2009/12/110133-5-shortbus.jpg&imgrefurl=http://dialmformovies.wordpress.com/2009/12/02/shortbus-_-por-leonardo-freitas/&usg=__bZ3Hg03VKKiBrvxgAQ7nhVH9t_M=&h=400&w=600&sz=125&hl=pt-BR&start=0&tbnid=qM91yBIm8vo82M:&tbnh=136&tbnw=180&prev=/images%3Fq%3D%25E2%2580%259CShortbus%25E2%2580%259D%2Bde%2BJohn%2BCameron%2BMitchell%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26biw%3D1348%26bih%3D582%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=129&vpy=245&dur=1855&hovh=183&hovw=275&tx=137&ty=98&ei=TolhTMK_NMKblgfIv6X_CA&oei=TolhTMK_NMKblgfIv6X_CA&esq=1&page=1&ndsp=18&ved=1t:429,r:6,s:0

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://cinecafe.files.wordpress.com/2009/12/potemkin2460.jpg&imgrefurl=http://moscasmortas.wordpress.com/2010/06/29/cinema-e-os-bons-filmes/&usg=__VxpNZevPDiXOztXMpAx7Y1WNGtQ=&h=300&w=460&sz=59&hl=pt-BR&start=0&tbnid=_hmEW0E9j3S1CM:&tbnh=138&tbnw=172&prev=/images%3Fq%3Dencoura%25C3%25A7ado%2Bpotemkin%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26biw%3D1348%26bih%3D618%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=221&vpy=279&dur=25&hovh=181&hovw=278&tx=129&ty=93&ei=YothTLKoKcaqlAfwzeS5Cg&oei=S4thTIb6G4OclgfpudyrCQ&esq=6&page=1&ndsp=21&ved=1t:429,r:8,s:0

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.leni-riefenstahl.de/images/photo/olympia/6.jpg&imgrefurl=http://www.leni-riefenstahl.de/deu/photo/olympia/6.html&usg=__SswxIWOnkcgBLWiaaPnofQ8R8kg=&h=380&w=299&sz=17&hl=pt-BR&start=0&tbnid=r7c5wkjS9_YoUM:&tbnh=132&tbnw=104&prev=/images%3Fq%3DOlympia%2BLeni%2BRiefenstahl%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DX%26gbv%3D2%26biw%3D1360%26bih%3D671%26tbs%3Disch:1&itbs=1&iact=hc&vpx=427&vpy=181&dur=4310&hovh=253&hovw=199&tx=108&ty=123&ei=fo1hTNHTEIOdlgex-aCQCQ&oei=fo1hTNHTEIOdlgex-aCQCQ&esq=1&page=1&ndsp=33&ved=1t:429,r:11,s:0

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://peganomeu.files.wordpress.com/2009/01/dancer_in_the_dark.jpg&imgrefurl=http://criticamecanica.blogspot.com/2010_04_01_archive.html&usg=__9LYPmX8B-5gXVd_M48JqmjTAnR8=&h=645&w=450&sz=21&hl=pt-BR&start=0&tbnid=7fKINU-GX4F0wM:&tbnh=143&tbnw=104&prev=/images%3Fq%3DDan%25C3%25A7ando%2Bno%2BEscuro%2BLars%2BVon%2BTrier%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DX%26gbv%3D2%26biw%3D1360%26bih%3D671%26tbs%3Disch:1&itbs=1&iact=hc&vpx=749&vpy=44&dur=148&hovh=269&hovw=187&tx=112&ty=113&ei=5o5hTMnkBsOBlAfT_ciOCw&oei=dY5hTOaDI4TGlQeukbSiCQ&esq=6&page=1&ndsp=29&ved=1t:429,r:4,s:0

Nelson Rodrigues de Souza

Nenhum comentário:

Postar um comentário