sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Trilogia Lucas Belvaux ( “Em Fuga”, “Um Casal Admirável”, “Acordo Quebrado”)/ Quando o Amor é a Maior Forma de Tirania que Existe... ..











Prezado leitor,

O texto contém vários spoilers, ou seja, detalhes significativos de filmes são revelados, para uma melhor análise.

Trilogia Lucas Belvaux ( “Em Fuga”, “Um Casal Admirável”, “Acordo Quebrado”)

Quando o Amor é a Maior Forma de Tirania que Existe...

Todos nós somos o personagem principal de nossas vidas e um personagem secundário da vida dos outros.

Lucas Belvaux

Em 2002 o cineasta e ator belga Lucas Belvaux finalmente conseguiu recursos para filmar uma bastante sonhada trilogia onde personagens secundários de um filme, surgem como protagonistas em outros filmes e vice-versa. O diretor trabalhou com três montadores diferentes que não trocavam informações entre si e as filmagens das três obras se deram simultaneamente. As ações dos filmes então não são necessariamente seqüenciais, mas muitas vezes concomitantes. Sua façanha lhe rendeu o prêmio de melhor filme pela associação de críticos da França em 2003 e um prêmio Louis Delluc. Seu procedimento não é exatamente uma coisa nova ( por exemplo: “Pulp Fiction” de Quentin Tarantino e “Amores Brutos” de Alejandro Gonzalez Iñárritu tem esta estrutura de valorizar em outros segmentos personagens que a princípio seriam secundários.) Mas um cineasta dedicar uma trilogia a este processo narrativo é algo realmente inédito. Ainda que os resultados de cada filme sejam diversos e a qualidade destas obras varie, conforme veremos adiante, a experiência de se assistir à trilogia completa e descobrirmos as conexões entre as várias histórias é fascinante.

Desde a proposta de um dupla metragem “Smoking” e “Não Smoking”(1993) de Alan Resnais, lançado de forma estúpida no Rio de Janeiro só na Barra da Tijuca, matando o filme comercialmente (trabalho artisticamente muitíssimo mais bem empenhado, que focava o poder das escolhas que fazemos na vida, em que as histórias chegavam a um imbricamento, onde depois assistíamos as conseqüências das duas possibilidades..) não éramos convidados a irmos ao cinema para um exercício tão fértil e original. Além dos filmes citados no parágrafo anterior, podemos nos lembrar dos filmes painéis como “Short Cuts- Cenas da Vida,” de Robert Altman , “Magnólia “ de Paul Thomas Anderson, grandes afrescos de emoções e situações em que há revezamento de protagonistas. Mas dedicar-se inteiramente a três filmes correlatos, como Lucas Belvaux fez é um prodígio a ser comemorado e não desdenhado. Há quem avente a possibilidade do trabalho de Belvaux ter uma porção factóide. É um equívoco. Nesta era hiper-midiática e dominada por marketings ostensivos de toda ordem, até mesmo o trailer miúra de “Nossa Música” de Jean-Luc Godard pode ser tido como um certo factóide para capturar legiões de cinéfilos mais intelectualizados, amantes do lema “quanto mais cabeça melhor”... Eis a peça publicitária: vemos apenas os pés de uma mulher descendo uma escada e ouvimos uma bela trilha sonora....

“Em Fuga” se concentra nas agruras de Bruno le Roux ( Lucas Belvaux) que em Grenoble, fugiu da prisão depois de 15 anos de encarceramento, por ter pertencido a um grupo armado de extrema-esquerda. Ao sair do cárcere torna-se inadaptado à nova sociedade. Sua ex-companheira Jeanne (Catherine Frot) está agora casada, numa tranqüila vida burguesa. Ele arruma temporariamente um lugar para se esconder e se apossa de armas guardadas em esconderijos durante anos. Ao salvar Agnès (Dominique Blanc) de uma surra que ela levava de um traficante, uma relação de proteção mútua se instala. Ele passa a cuidar dela, até salva sua vida e ela através de Cécile (Ornella Mutti) arruma uma casa para que ele se esconda.

Para quem gosta do cinema como arte essencialmente visual este é o filme mais forte, mas há lacunas nesta obra que nenhum dos outros dois responderão e certa reiteração de situações que tange os limites do cansaço diante da tela. Mas depois de tantos sobressaltos, o final que aguarda o protagonista é de uma ironia inesquecível.

Se o filme anterior comentado pode ser considerado com certa imprecisão um thriller policial, “Um Casal Admirável” é o trabalho onde Lucas vai exercitar-se no gênero comédia. O advogado Alain (François Morel) tem um casamento de muitos anos com Cécile ( Ornella Muti, ainda muito linda, infensa às armadilhas da corrosão do tempo). Alain é hipocondríaco e ao saber que tem de fazer uma cirurgia entra em estado de pânico que procura dissimular e acaba criando desconfianças na mulher. Esta, temerosa de que o marido agora estranho, a esteja traindo, contrata o policial Pascal (Gilbert Melki) para vigiá-lo. Uma sucessão de qüiproquós avança a narrativa, envolvendo até a filha do casal e até Alain passa em contrapartida a ter ciúmes da esposa.

Comédia é um gênero dificílimo e aqui reside o ponto fraco da trilogia. Um drama que não nos comove é mais suportável do que uma comédia que pretende e não nos faz rir. Neste último caso estamos diante de algo constrangedor. Não é o caso aqui. Alguns risos e sorrisos são esboçados aqui e ali. Mas esta comédia se não é uma frustração está longe de ser um êxito. Um porém adicional se instala: Cécile e Pascal (o policial) tem um ar apatetado que destoa muito dos personagens que nos são mostrados em “Acordo Quebrado”.

Com uma magistral interpretação de Dominique Blanc e um excelente Gilbert Melki a trilogia encontra seu filme mais poderoso e que por si só já a justifica em “Acordo Quebrado”. Agnès é viciada em heroína. O policial Pascal, seu marido, costuma obter a droga junto ao chefe da máfia local Jaquillat. Quando este pede a Pascal que mate Bruno le Roux., com a recusa do policial, o acordo para fornecimento da droga é quebrado e obedientes ao líder, ninguém na região fornecerá heroína para Pascal, deixando sua esposa, dependente química, em total aturdimento e sofreguidão ( há também uma quebra de acordo com ela...). Não são poucos os momentos em que ela se lembra da morte como um único lenitivo para sua forte angústia e sofrimento.

Agora estamos no domínio do drama e é aonde o cinema de Belvaux se realiza com mais destreza e fascínio. Aqui estamos no reino dos closes sublimes, que captam o amor, o carinho entre Pascal e Agnès, uma relação muito delicada permeada de dor e angústia. Agnès acaba encontrando Bruno, numa situação de violência e desespero, pois ela tem que ir à caça de seu antídoto anti-depressão que é a heroína. Este encontro já foi comentado no comentário sobre “Em Fuga”. A dependência ostensiva dela à heroína e as circunstâncias daninhas em que esta droga é oferecida , a faz correr perigo de vida, como o fugitivo Bruno.

Não me lembro de ter visto num filme, como se vê em ”Em Fuga” (não é em “Acordo Quebrado”), crises e espasmos de uma pessoa dependente química, com tanto vigor, emoção e realismo. O que tínhamos antes, de modo geral eram tiques e esgares. Aqui podemos nos lembrar de Cazuza: ”Eu vi a cara da morte e ela estava viva!”. Mas o que em “Em Fuga” pode nos bater um pouco como estímulo ao voyeurismo barato, é com a visão de “Acordo Quebrado” que aquilo visto antes, ganha realmente maior consistência dramática.

O trabalho de Dominique que é arrebatador, de imensa humanidade, com os olhares fundos em que cabem “todas dores deste mundo”, as expressões que significam um pedido de desculpas por ela existir, por tentar continuar existindo, tudo isso a torna uma personagem feminina viciada em drogas antológica como o são, cada uma no seu estilo , três interpretações marcantes: Sara de Ellen Burstyn no contundente e vigoroso caleidoscópio, com mais de 2000 cortes, “Réquiem Para Um Sonho” de Darren Aranofsky ( ela torna-se viciada em pílulas para emagrecimento, no afã de ir modelada ao seu talk-show televisivo favorito); Veronika de Rose Zetch no primoroso e asfixiante ”O Desespero de Veronika Voss” de Rainer Werner Fassbinder ( ela é uma antiga atriz de cinema que por conta do vício em morfina está prisioneira e manipulada em uma trambiclínica, impossibilitada de retomar sua carreira e que se expõe a um traficante assim : ”Eu só tenho a minha vida para lhe entregar”); Mary de Katherine Hepburn, na assombrosa e extraordinária versão para o cinema da peça teatral homônima de Eugene O’ Neill , “Longa Jornada Noite Adentro”(1962), feita por Sidney Lumet, uma obra que é de fortíssimo cunho autobiográfico e que o autor só autorizou que ela viesse a público anos depois de sua morte ( ela é uma mulher viciada em morfina desde o parto do filho mais novo Edmond (que é alter-ego de Eugene) e que com a situação de desagregação progressiva de sua família não consegue nem vê razões para tentar largar o vício, estando com perda de contacto com a realidade, nesta história que se passa em um dia chegando até a madrugada que se segue ( o título tem de ser melhor traduzido; Bárbara Heliodora escolheu: “Longa Jornada de Um Dia Noite Adentro” para uma montagem no CCBB-RJ em 2002)) . Transcendendo a questão da dependência de drogas, a interpretação de Katherine para este grandioso personagem Mary é o melhor trabalho de atriz que conheço dentre os filmes que tive o privilégio de assistir, superando até as mulheres de Ingmar Bergman. Dominique, obviamente não chega a tanto. Mas nos fazer lembrar destes outros grandes trabalhos de mulheres dependentes químicas é uma grande façanha.

O policial Pascal procura alternativas para suprir sua mulher com seu remédio maldito. Sua relação tortuosa com a mulher atingirá o paroxismo ao final, quando algo inesperado aparentemente muito bom acontece, mas muito suspeito e o clima de neuroses recíprocas se instalará com mais força. Quem se lembrar do casal de “A Mulher do Lado” de François Truffaut e seu enigma “nem com você, nem sem você” não estará viajando não. Num outro contexto, este dilema proposto por Truffaut é retomado aqui.

Pascal e Agnes perderam a noção de que deveriam cada um ao seu modo, ser os personagens principais de suas vidas e serem personagens secundários na vida dos outros. Claro que esta idéia expressa por Lucas Belvaux sobre sua trilogia e a vida, que se bem observada, pela sua pertinência, economizaria muitas horas de divãs pelo mundo afora nos consultórios psicanalíticos, na prática torna-se muitas vezes de difícil elaboração mental pois há limites que não conseguem ser bem enxergados para quem está envolvido, principalmente na relação amorosa. Quando deixamos de ser o personagem protagonista de nossas vidas nesta comunhão, o amor certamente será a maior forma de tirania que existe. Não vamos discutir aqui o amor em outros planos (ao trabalho, aos pais, aos amigos, aos filhos...) aonde esta questão também se torna muitas vezes melindrosa. Vamos nos ater ao casal do filme e ao que ele nos faz pensar.

Pascal ama Agnès. Agnès ama Pascal (seu gesto heróico final de largar a heroína, sabe-se lá até quando, além de amor por si mesma redescoberto, representa amor por ele). Pascal gostaria de estar sendo sincero quando diz a Cécile que a ama. Ela o rechaça. Este é um sentimento que ele gostaria de estar tendo como algo salvífico de sua relação atormentada com Agnès. Mas é algo “da boca pra fora”. Mas o amor de Pascal por sua companheira é certamente acompanhado por um alto componente de ódio, o qual pode até voltar-se contra si mesmo. Na dependência que a mulher tem dele para conseguir a droga e na qual ele tanto sempre se empenhou em conseguir, tornado-se um policial corrupto (até ser barrado por Jaquillat, o chefe dos mafiosos) há certo sentido que busca para sua vida tacanha com uma rotina empobrecedora. Agnès e seu drama pessoal não é o sentido da vida dele. Mas faz parte dele. Daí a idéia dele de se matar quando toma conhecimento de que ela rejeitou a droga conseguida com tanto esforço. Os minutos finais nos mostram todas as ambivalências destes sentimentos.

“Acordo Quebrado” paira sublime num patamar bastante superior aos outros filmes da trilogia, o que faz dele um filme muito, muito bom. Mas seus temas essenciais (o amor e seus limites, a solidariedade tortuosa) já foram ainda muito mais bem desenvolvidos em algumas obras-primas. Vamos nos deter um pouco em algumas delas:

a) Em “A História de Adele H” de François Truffaut, Adele simplesmente se anula progressivamente enquanto pessoa e dá ”todo amor que houver nessa vida” ao militar marinheiro que viaja pelo mundo. Ela com seu radical platonismo o acompanha por toda parte em alguns continentes e não há limites para sua baixo-estima (chega até mesmo a pagar uma mulher para ficar com seu amado). O que acaba demovendo-a de sua via-crúcis amorosa não é nenhuma tomada de consciência, mas a loucura que toma posse de sua mente. Claro que o tom crítico aqui adotado por Truffaut é muito especial. Este cineasta por mais que na mise-en-cène trabalhe com certo distanciamento, demonstra o mesmo amor por esta personagem do que o que ele dedicou, por exemplo, às mulheres do também essencial “Duas Inglesas e o Amor”, pra mim seu melhor filme. Além do talento e gênio, o coração de Truffaut era muito grande.

b) Em “Ondas do Destino” de Lars Von Trier, num povoado extremamente provinciano e puritano, Bess (Emily Watson) resolve seguir à risca o que seu marido Jan ( Stillan Skarsgard) lhe propõe no hospital , onde ele se encontra paralisado após um acidente numa plataforma de petróleo: ela deve ter aventuras eróticas com outros homens e contar-lhe todos os detalhes, o que lhe fará muito bem, injetando-lhe vitalidade. Bess envolve-se numa espiral de autodestruição onde a loucura só não se torna maior porque a morte vem realizar o seu trabalho. O olhar distanciado de Von Trier (é um extraordinário cineasta,mas está um tanto longe de ter o coração de Truffaut) faz deste filme um dos mais incômodos da História do Cinema. Como obras anteriores e posteriores dele, tudo nos vem sem anestesia alguma.

c) Como contraponto a estes dois filmes temos o extraordinário “Uma Canção Para Martin” (Suécia-2002) de Billie August. Este diretor ganhou, merecimento, duas Palmas de Ouro de melhor filme em Cannes: uma por “Pelle, o Conquistador”, outra por “As Melhores Intenções”, com um roteiro perfeito de Ingmar Bergman). Pois tive o privilégio de assistir a “Uma Canção para Martin” num Festival do Rio de Janeiro de anos atrás e não há a menor notícia de que venha a ser distribuído no Brasil, nem em DVD. Será que o comentário de um crítico de O Globo de que o filme era a “furada do dia” teve alguma influência?

Martin ( Sven Wollter) é o regente de uma orquestra que passa a ter uma relação amorosa com a primeira violinista Barbara ( Viveka Seldahl), estando os dois com idade já avançada. O amor é grandioso, mútuo e não há fantasmas de ex-amantes pairando no ar. Depois de um tempo de idílio repleto das pequenas alegrias que preenchem uma vida, surge uma doença que quebra o encanto. Martin começa a sofrer do mal de Alzheimer. Depois do choque inicial, os amantes procuram como podem tripudiar desse mal. Nadam com prazer, dedicam-se como podem à música. A progressiva deterioração do estado mental de Martin vai colocá-los em encruzilhadas. Mas aqui vem um grande diferencial em relação a “Acordo Quebrado”, “A História de Adele H”, “Ondas do Destino” : Barbara não deixa de ser solidária, de amar Martin em nenhum momento, mas tem consciência da idéia básica de Lucas Belvaux ou seja, sabe muito bem que é o personagem principal de sua própria vida e até mesmo Martin, que tanto ama e a ama, não a transforma: ela é um personagem secundário na vida dos outros e até mesmo na vida dele. Ela o acompanha até seus últimos momentos na vida e está atenta, solidária, até mesmo com os vexames dele (como por exemplo fazer xixi em público num restaurante), tudo com muito estoicismo. Uma vez que ele morre, obviamente um pedaço dela se foi. Mas nada impede que haja uma regeneração e ela se torne inteira novamente. A vida segue e ela volta a ser violinista de uma orquestra. O prazer de tocar novamente passa a ser muito maior do que a dor de saber que o regente não é mais Martin. Barbara o tempo todo não permitiu que seu amor se contaminasse de tirania.

Num belo enfoque, estes temas do amor e tirania, bem como limites da solidariedade, estão fortemente presentes em “Acordo Quebrado”, mas Belvaux não tem o talento de Truffaut, Lars Von Trier, Billie August que realizaram obras-primas. Mas dado sua pertinência trata-se de um filme de grande relevância, que se torna mais interessante ainda quando já assistimos aos outros dois (ainda que se visto sem nenhum conhecimento dos outros não deixa de ser um grande filme). A ordem que sempre pareceu evidente para Lucas Belvaux é “ Um Casal..”,”Em Fuga” e “Acordo..”, mas ele admite que no fundo é o espectador que vai escolher. Atrevo-me, entretanto, a fazer a sugestão de que a ordem de visão dos dois primeiros tanto faz, mas o último deve ser “Acordo Quebrado”, porque este é tão mais instigante, fértil e repleto de sugestões, que faz parte de outra família: as obras do cinema que a seu modo discutem as mutações do amor, os impasses criados pela solidariedade que não vê limites, temáticas muito mais presentes em nossas vidas do que imaginamos. Muitos de nós estamos alheios ao nosso papel em nossas vidas, somos tentados a nos tornarmos “personagens em busca de um autor” e promovemos uma escravidão voluntária cujos feitores são os outros. O inferno pode ser os outros. Mas podemos fazer de nossas vidas um inferno ainda mais quente..

A Trilogia de Lucas Belvaux dificilmente passará para a História do Cinema tal como: a célebre Trilogia de Antonioni sobre a incomunicabilidade (“A Noite, “O Eclipse”,”A Aventura”; para ser sincero nunca entendi porque estes filmes formam uma trilogia, se seus temas perpassam todas as obras do grande mestre Antonioni, até mesmo um pouco no mal sucedido episódio dele em “Eros”...); a Trilogia da Vida de Pasolini ( “Decamerão”, “Contos de Canterbury” e “As Mil e Uma Noites”; esta trilogia sim é de uma singularidade total no contexto da obra deste gênio italiano) ou ainda a Trilogia de Krzysztof Kieslowski ( “A Liberdade é Azul”, “”A Igualdade é Branca” e “A Fraternidade é Vermelha”; a morte precoce deste também gênio do cinema quando sua carreira estava no apogeu foi uma daquelas armadilhas do destino que nos faz questionar se “lá em cima” estão realmente movendo direito o que alguns dizem ser nossos cordões de “vida das marionetes”...mas este questionamento passa, novos ângulos se apossam de nós.)

Em suma, o original trabalho de Belvaux (que já comentamos não é tão original assim, pois há filmes que em seu interior já trazem esta estrutura de personagens principais aqui se tornando personagens secundários acolá...e vice-versa..) não se compara ao destes extraordinários cineastas, mas pode passar à nossa história de vida, o que no fundo convenhamos, é muito mais importante que qualquer compêndio de cinema. No mínimo A paixão segundo Agnès já está imortalizada dentro de mim.

Obs1. O cineasta Rainer Werner Fassbinder tinha como uma de suas máximas “O Amor é a Maior Forma de Tirania que Existe”. Para o contexto da esmagadora maioria de seus filmes, principalmente em uma de suas grandes obras-primas, “Eu Só Quero que Vocês me Amem”, esta idéia cai como uma luva. Mas procurei relativizá-la através de um quando...

Obs2 Este texto foi publicado originalmente no Jornal Montblãat. Aqui se encontra com correções, cortes e acréscimos.

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Nelson Rodrigues de Souza

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