sábado, 7 de agosto de 2010

Solidão, o Carrasco Sombrio- Os Famosos e os Duendes da Morte







Solidão, o Carrasco Sombrio- Os Famosos e os Duendes da Morte

Ou feia ou bonita, ninguém acredita na vida real- Caetano Veloso


Vi em “15 anos- Festival Brasileiro de Cinema Universitário” na Mostra Ex-alunos “Os Famosos e os Duendes da Morte” de Esmir Filho no Centro Cultural da Caixa-RJ.

Um jovem de 16 anos vive solitário na zona rural de uma cidadezinha de colonização alemã no sul do país. Sua maior ligação com o mundo se dá pela internet, principalmente os grupos de chat e um blog: Mr. Tamborine Man. Viajamos pela mente deste rapaz, suas angústias, solidão e as aproximações poéticas que faz com o mundo dito “real”, principalmente uma ponte que algumas pessoas utilizaram/am como trampolim para o suicídio.

O filme tem roteiro de Esmir e Ismael Canepelle. Enquanto Ismael desenvolvia seu romance, trabalhava também para o filme. Assim temos uma obra cinematográfica que vem à luz, juntamente com o romance que a inspirou. Os atores foram todos “recrutados” na região sul do país. Daí a forte naturalidade e frescor com que se constrói as seqüencias.

Gostei do filme. Um bom filme. Enquadramentos e fotografia preciosos e precisos. Angulações virtuosas e belas. Há, entretanto, alguns tempos mortos para realçar a solidão e a noção de tempo bem diferente que o jovem tem dos que moram nos grandes centros urbanos. Nada contra tempos-mortos. A obra de Antonioni, por exemplo, é repleta deles e bastante sublimes. Aqui, entretanto, em alguns momentos me soou mais como não ter muito a dizer do que realmente uma coerência estilística@conteudística. Claro que há tempos assim na obra de Esmir que são magníficos, mas nem todos.

O que adorei sem reparos mesmo foi Esmir Filho no debate após o filme. Muito eloqüente e articulado, muito consciente de suas propostas estéticas e humanas. Vou correr atrás de seus curtas-metragens que não vi e que podem ser encontrados no Porta-Curtas Petrobrás pelo nome do diretor.

Esmir esbanjou simpatia, sensibilidade e inteligência nos seus tenros 27 anos. Suas influências são difíceis de precisar. Viu “Luz Silenciosa” de Carlos Reygadas e gostou muito. Talvez venha daí a vontade de se voltar para uma comunidade pouco conhecida no Brasil grande e no exterior: em exibições lá fora lhe perguntavam: Isto é Brasil? Um cineasta que adora é Eric Rohmer, mas este tem um cinema que dificilmente o inspirará dado que Esmir gosta de trabalhar com silêncios e montagens de imagens poéticas. Enfim, não saberia trabalhar com procedimentos que remetam à adorável e benigna verborragia de Rohmer. Claro que há as malignas. Nem todos os cineastas franceses trabalham bem a verborragia.

Esmir prefere as exibições com debates cara a cara com o público do que ler críticas, algo que não faz. Suas razões estão próximas das de David Linch: uma crítica muito positiva pode inflar demais o ego do diretor, uma bastante negativa pode ser depressiva. O que Esmir esquece é que na crítica nem sempre há extremos assim. Estes meus comentários se encaixam num caminho do meio.

Esmir nasceu em São Paulo e ao contrário dos jovens do interior que buscam aventuras nas cidades grandes ele fez o movimento inverso, mergulhou no interior de vida pacata para entender uma nova noção de se lidar com o tempo, longe do corre-corre e da neurose urbana.

Num das exibições do filme, uma moça se aproximou dele e lhe disse que tinha amado a obra, mas não tinha entendido nada! Ele lhe respondeu que entender não tinha importância. Valeu ela ter sentido o filme. E de fato, é no nível da sensibilidade e emoção que o filme mais se comunica com a platéia do que numa linear compreensão de sua evolução.

Para Esmir, ao contrário do que muita gente pensa, muitas vezes é no mundo virtual que as pessoas se expõem mais, pois acreditam estar sozinhas diante de uma tela.

Como é comum acontecer quando algumas cenas de clima homoerótico se instalam num filme, parte da platéia, predominantemente jovem, começou a sussurrar piadinhas e risos.

Perguntei a Esmir se ele tinha visto o belíssimo “Nome Próprio” de Murilo Salles, num trabalho magnífico de Leandra Leal que também trata da questão solidão&amor&desamor@vida virtual@vida real, mas num grande centro urbano. Ele ouviu falar do filme, gosta muito da obra de Murilo, mas este não viu. Vai procurar vê-lo.

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Nelson Rodrigues de Souza

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