quinta-feira, 21 de outubro de 2010

“4 Meses, 3 semanas e 2 dias” de Cristian Mungiu: A Via Crúcis de Corpos e Almas














“4 Meses, 3 semanas e 2 dias” de Cristian Mungiu

A Via Crúcis de Corpos e Almas

“4 meses, 3 semanas e 2 dias” (Romênia/2007) de Cristian Mungiu ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes 2007, o prêmio FIPRESCI (Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica) no mesmo evento, venceu o European Film Awards 2007 de melhor filme e melhor diretor e chegou em 2008 ao Brasil consagrado, mas nem por isso livre de polêmicas intensas. Num mundo cada vez mais pulverizado parece que estamos cada vez mais propícios a proclamar que toda unanimidade é burra, como profetizou Nelson Rodrigues. Não faltam críticas atrozes contra o filme de Mungiu (seria no mínimo sensacionalista), uma obra que dentre outros temas, trata do aborto, uma questão realmente muito delicada e incômoda.

Até o transgressivo Pier Paolo Pasolini se viu em palpos de aranha com feministas italianas por se posicionar e se declarar contra o aborto. Para o autor da “Trilogia da Vida”, virtuose do Sagrado e do Profano que se confundem e interagem, mas também do mais tanatológico e premonitório dos filmes, que é o doloroso testamento “Saló, Os 120 Dias de Sodoma” (1975), a liberação do aborto pura e simplesmente escamoteava uma discussão mais ampla que deveria ser levantada sobre a sexualidade humana em todos os seus aspectos. Pasolini queria ver esta discussão em curso e não a simples liberação do aborto. Mas o fato é que o desejado não chega/chegou ao nível em que ele ansiava e muitas mulheres engravidam mundo afora sem desejarem. Nem a História como a conhecemos nem a mais moderna História da Vida Privada não param e decisões têm de ser tomadas.

Até meados dos anos 60 o aborto era legalizado na Romênia. Com a intenção de promover um crescimento populacional gigante para os padrões dos regimes comunistas do Leste Europeu, dotando o país de um grande contingente de trabalhadores, o ditador Nicolai Ceausescu tornou o aborto ilegal para mulheres até 45 anos. Cristian Mungiu nasceu em 1968, fruto deste baby boom e cresceu ouvindo muitas histórias, algumas escabrosas. Tornando-se publicitário e depois cineasta resolveu fazer ironicamente seus “Contos da Era de Ouro”*, sobre situações vividas pelos romenos no regime ditatorial que acabou caindo em 1989, com o justiçamento público de Ceausescu. “4 Meses, 3 semanas e 2 dias” é o primeiro da série.

“12:08 –A Leste de Bucareste”( 2006) de Corneliu Porumboiu, com um viés deliciosamente cômico, discutiu se de fato houve heroísmo numa cidadezinha para depor o ditador ou se as pessoas só foram para a praça principal depois de recebida a notícia da fuga deste vilão-mor da nação.

“4 Meses, 3 Semanas e 2 dias”, que se passa em 1987, nos estertores da era Ceausescu, muito longe do bom humor de Corneliu, é um filme grave de precisão cirúrgica naquilo que pretende mostrar. Tem uma secura, uma frieza, uma recusa a qualquer concessão ao melodrama que impressiona. Com uma economia de meios obsessiva, buscando o máximo de expressão com o material que tem em mãos, com eloqüentes, marcantes e perturbadores planos-sequências, Mungiu nos faz acompanhar a descida aos infernos de seus personagens, tentando realizar o que é ilegal numa sociedade repressiva, asfixiante e carente de solidariedade. Chega até a ser surpreendente a atitude de um homem que oferece num ônibus um tíquete de passagem à protagonista que está prestes a ter de se explicar com uma fiscal policialesca e arrogante.

Gabita (Laura Vasiliu) e Otília (Anamaria Marinca), jovens de vinte e poucos anos, são colegas de apartamento numa república universitária, onde itens básicos de consumo são obtidos no mercado negro. Gabita está grávida e Otília a acampanha na perigosa aventura de abortar numa sociedade onde reina a desconfiança geral (vale aquela máxima de que numa ditadura, muitas vezes o pior não é o ditador, mas o “guardinha da esquina”....). O hotel em que de ínício Gabita havia reservado um quarto por telefone, acaba criando problemas para Otília, com a intolerância de uma porteira. Outro hotel, depois de muitos apelos lhes concede por três dias um quarto caro para os poderes aquisitivos das mulheres. Gabita não contou toda a verdade à amiga e esta diante da inflexibilidade, crueldade e exigências cada vez mais abusivas do aborteiro Bebe (Vlad Ivanov), algumas insinuadas, acaba tendo que complementar o pagamento com serviços sexuais, pois o dinheiro que juntaram seria para quem estivesse mendigando segundo a ótica perversa dele. Uma vez aceitas as condições degradantes tem-se início ao processo abortivo, exposto até certo nível com planos incisivos, sem elipses.

O grande achado de “4 Meses, 3 Semanas e 2 dias” é narrar sua história colada não à personagem frágil, indecisa, até certo ponto leviana de Gabita, que é quem está querendo abortar, mas sim explorar em vários aspectos as ações e reações de Otília, que tem de dar respostas rápidas até mesmo às conseqüências de mentiras da amiga, que tinha comentado falsamente com o algoz Bebe, que as duas eram irmãs. Otília espanta pelo estoicismo com que se entrega em sua via-crúcis tanto de corpo e alma. Não que a outra não tenha seu quinhão forte de sofrimentos morais e físicos, mas é em Otília que está a espinha dorsal do filme. Aparentemente fria demais para as situações que enfrenta, como ter de levar o feto para outro bairro e jogá-lo numa lixeira de um prédio, sem que ninguém descubra, o que ocorre na verdade com ela, revelado num trabalho extraordinário de Anamaria Marinca, é que “chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente”, conforme popularizou Fernando Pessoa.

A sociedade romena ditatorial é sempre o pano de fundo desta história acutilante, seja com referências a filas enormes para compra de açúcar, ilegalidade até mesmo para compra de cigarros, etc. Mas é numa antológica seqüência que se passa no aniversário da mãe do namorado Adi (Alexandru Potocean), num apartamento, que o filme tanto reafirma sua inspiração por um suspense quase que hitchcockiano, como desnuda um mundo de aparências sociais perigosas. Otília deixa Gabita no quarto do hotel em processo melindroso para expelir o feto e tem de cumprir um compromisso social com a família de Adi. Num longo plano-sequência vemos na mesa ela e seu namorado, no centro da imagem, ouvindo abobrinhas das famílias, algumas até preconceituosas, alusivas ao fato dela ser de uma família do interior ou até mesmo fumar e cursar a Politécnica, quando “o normal” seria mulheres cursarem Medicina. Otília só tem seus pensamentos na amiga e tem de tolerar todo este lero-lero, disfarçando a angústia extrema. O impacto da cena lembra, guardadas as devidas proporções, a partida de tênis de “Pacto Sinistro” (1951), um dos clássicos de Alfred Hitchcock, quando o tenista precisa ganhar rápido uma partida para poder ir atrás do psicopata que deseja incriminá-lo de vez , plantando pistas falsas, para criar mais um dos “homens errados” que recheiam a filmografia do mestre do suspense.

Uma faca é retirada por Otília da maleta de Bebe. Este esquece a carteira de identidade na portaria do hotel quando vai embora. Gabita não atende telefone ou não abre a porta. Táxis se tornam difíceis a certa hora da noite. Os desenvolvimentos da narrativa são imprevisíveis. O potencial das situações para um grande desastre é ciclópico.

Há quem critique Mungiu pelo clima de suspense criado, como se estivesse construindo paulatinamente um circo de horrores pseudo-humanista, na lógica do quanto pior, melhor, de forma apelativa, buscando maximizar efeitos para um tema tão grave. Ora o mestre Hitchcock sempre lidou com temas fortes como matricídio, cleptomania, “nazismos” interiorizados, apocalipses no cotidiano, psicopatias das mais variadas feições e atitudes (como o estrangulador de mulheres feias através de gravatas da obra-prima “Frenesi”) etc. Extraiu o máximo de suspense destas histórias, teve seus detratores e hoje, merecidamente é tido como um gênio da História do Cinema, com poucas contestações. Truffaut escreveu que Hitchcock ao privilegiar o suspense captou de certa forma o que seria a essência do cinema. Todos os filmes, ao seu modo, trabalham com a expectativa, o suspense em relação ao que virá a seguir (até mesmo o ascético Robert Bresson de “Pickpocket”- 1959).

Estamos com uma crise econômica mundial cujos efeitos desconhecemos quais serão. Economistas cínicos escrevem que ela será controlada ainda que muitos perecerão... Ora, viver é, sempre foi e provavelmente será muito perigoso, reverberando o Riobaldo de “Grande Sertão:Veredas” de Guimarães Rosa. Numa sociedade como a romena de 1987 de tantas restrições tudo é mais acirrado. Mungiu mergulha seus personagens neste pote de leite onde quanto mais se mexerem mais correm o risco de o leite coalhar e ficarem presos. Mungiu vai fundo na precariedade da existência humana, na sua fragilidade.

“4 Meses, 3 Semanas e 2 dias” não nos poupa da visão do feto abortado com esta idade do título, num plano-sequência atordoante, assim como Krzysztof Kieslowski também não nos livra de detalhes sórdidos em “Não Matarás”(1998), tanto do assassinato demorado do motorista de táxi como dos rituais da pena de morte do assasssino pelo Estado. Curiosamente é o que faz também outro filme estreado na mesma época, o ótimo “Paranoid Park”(EUA/2007) de Gus Van Sant que nos mostra um homem partido ao meio, atropelado por um trem, com uma metade se movimentando, resultado de uma transgressão e de um acidente que o jovem protagonista skatista Alex provoca num crime não doloso, um filme no mais, antípoda esteticamente do que está em questão, reinando uma sofisticada estilização. Sobre explicitação de horrores vale reproduzir o que o diretor Mungiu disse em entrevista a Silvana Arantes na Folha de São Paulo:

Quando escrevi o roteiro, não tinha certeza se iria ou não mostrar essa imagem. Na edição, havia alternativas. Mas, pelo modo como fizemos esse filme, percebi que a coisa mais desonesta que eu poderia fazer com o espectador seria não deixá-lo ver o mesmo que a personagem via naquela hora. Todo esse filme foi feito tentando evitar a idéia de manipulação. Buscamos um estilo em que o nosso ponto de vista, da equipe que filmava, não se impusesse como intermediário entre a história e o espectador”.

Não é a visão do feto, entretanto, o que mais nos choca neste filme, mas sim constatar que os problemas que levanta ainda são prementes em muitas sociedades contemporâneas, como a brasileira (aqui temos notícia até de mães desesperadas e enlouquecidas que jogam seus filhos recém-nascidos em córregos), que se recusam a discutir estes temas com maturidade, com conseqüências reais muito mais desastrosas do que as que vivenciamos através da proximidade com que o filme nos coloca diante dos seus personagens. Uma aproximação que nos lembra da eficácia dos diretores irmãos Luc e Jean-Pierre Dardenne, principalmente do extraordinário “O Filho” (2002), prêmio de melhor ator em Cannes e ainda mais instigante que os duplamente premiados em Cannes com a Palma de Ouro, “Rosetta” (1999) e “A Criança” (2006).

Mungiu nos municia com vários elementos relativos à embaraçosa questão do aborto, de diferentes ângulos, de uma forma ainda mais poderosa do que Mike Leigh no belíssimo “O Segredo de Vera Drake” (2004), Leão de Ouro em Veneza, mas este ainda é um tema em segundo plano nestas obras. O que reluz com mais força neste filme romeno estupendo é a questão da solidariedade humana custe o que custar (o que Leigh também almeja e consegue com a excepcional generosidade ainda que ingênua de Vera, num trabalho fenomenal de Imelda Staunton). Otília enquanto personagem é uma conquista no mundo da ficção do que tem estado mais raro no mercado comum da vida humana. Não é à toa que num dado momento decisivo da obra ela nos encara, patenteando a covardia a que nos acostumamos. Se não viu, vá à locadora e veja esta obra-prima, oportuníssima nesta época em que os dois candidatos à presidência da República tergivesam vergonhosamente diante do tema do aborto para capturarem eleitores religiosos fanáticos evangélicos ou não.

* Está em cartaz no Rio de Janeiro e São Paulo, “Contos da Era Dourada” uma produção França/Romênia (2009) com seis histórias escritas por Cristian Mungiu, sendo duas dirigidas por ele e mais quatro por Hanno Höfer, Razvan Marculescu, Constantin Popescu, Ioana Uricaru, todas lendas bizarras, um tanto surreais mas com forte tom naturalista, sobre os 15 últimos anos do domínio do ditador Ceausescu. O filme, no conjunto muito bom, tem irregularidades perdoáveis e nos faz rir na linha doendo também. Qualquer semelhança com o clima de camaradas sob Nosso Guia que vivemos hoje no Brasil é mera coincidência

Ps. Este texto foi publicado originariamente no jornal Montblãat. Aqui encontra-se com cortes, correções, acréscimos e atualizações.

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Nelson Rodrigues de Souza

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Carta aberta da ABGLT as candidaturas presidenciais de Dilma Roussef e José Serra













Carta aberta da ABGLT as candidaturas presidenciais de Dilma Roussef e José Serra

Prezada Dilma e Prezado Serra,

A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, é uma entidade que congrega 237 organizações da sociedade civil em todos Estados do Brasil. Tem como missão a promoção da cidadania e defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, contribuindo para a construção de uma democracia sem quaisquer formas de discriminação, afirmando a livre orientação sexual e identidades de gênero.

Assim sendo, nos dirigimos a ambas as candidaturas à Presidência da República para pedir respeito: respeito à democracia, respeito à cidadania de todos e de todas, respeito à diversidade sexual, respeito à pluralidade cultural e religiosa.

Respeito aos direitos humanos e, principalmente, respeito à laicidade do Estado, à separação entre religião e esfera pública, e à garantia da divisão dos Poderes, de tal modo que o Executivo não interfira no Legislativo ou Judiciário, e vice-versa, conforme estabelece o artigo 2º da Constituição Federal: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”

Nos últimos dias, temos assistido, perplexos, à instrumentalização de sentimentos religiosos e concepções moralistas na disputa eleitoral.

Não é aceitável que o preconceito, o machismo e a homofobia sejam estimulados por discursos de alguns grupos fundamentalistas e ganhem espaço privilegiado em plena campanha presidencial.

O Estado brasileiro é laico. O avanço da democracia brasileira é que tem nos permitido pautar, nos últimos anos, os direitos civis dos homossexuais e combater a homofobia. Também tem nos permitido realizar a promoção da autonomia das mulheres e combater o machismo, entre os demais avanços alcançados. O progresso não pode parar.

Por isso, causa extrema preocupação constatar a tentativa de utilização da fé de milhões de brasileiros e brasileiras para influir no resultado das eleições presidenciais que vivenciamos. Nos últimos dias, ficou clara a inescrupulosa disposição de determinados grupos conservadores da sociedade a disseminar o ódio na política em nome de supostos valores religiosos. Não podemos aceitar esta tentativa de utilização do medo como orientador de nossos processos políticos. Não podemos aceitar que nosso processo eleitoral seja confundido com uma escolha de posicionamentos religiosos de candidatos e eleitores. Não podemos aceitar que estimulem o ódio entre nosso povo.

O que o movimento LGBT e o movimento de mulheres defendem é apenas e tão somente o respeito à democracia, aos direitos civis, à autonomia individual. Queremos ter o direito à igualdade proclamada pela Constituição Federal, queremos ter nossos direitos civis, queremos o reconhecimento dos nossos direitos humanos. Nossa pauta passa, portanto, entre outras questões, pelo imediato reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo e pela criminalização da discriminação e da violência homofóbica.

Cara Dilma e Caro Serra

Por favor, voltem a conduzir o debate para o campo das ideias e do confronto programático, sem ataques pessoais, sem alimentar intrigas e boatos.

Nós da ABGLT sabemos que o núcleo das diferenças entre vocês (e entre PT e PSDB) não está na defesa dos direitos da população LGBT ou na visão de que o aborto é um problema de saúde pública.

Candidato Serra: o senhor, como ministro da saúde, implantou uma política progressista de combate à epidemia do HIV/Aids e normatizou o aborto legal no SUS. Aquele governo federal que o senhor integrou também elaborou os Programas Nacionais de Direitos Humanos I e II, que já contemplavam questões dos direitos humanos das pessoas LGBT. Como prefeito e governador, o senhor criou as Coordenadorias da Diversidade Sexual, esteve na Parada LGBT de São Paulo e apoiou diversas iniciativas em favor da população LGBT.

Candidata Dilma: a senhora ajudou a coordenar o governo que mais fez pela população LGBT, que criou o programa Brasil sem Homofobia, e o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT, com diversas ações. A senhora assinou, junto com o presidente Lula, o decreto de Convocação da I Conferência LGBT do mundo. A senhora já disse, inúmeras vezes, que o aborto é uma questão de saúde pública e não uma questão de polícia.

Portanto, candidatos, não maculem suas biografias e trajetórias. Não neguem seu passado de luta contra o obscurantismo.

A ABGLT acredita na democracia, e num país onde caibam todos seus 190 milhões de habitantes e não apenas a parcela que quer impor suas ideias baseadas numa única visão de mundo. Vivemos num país da diversidade e da pluralidade.

É hora de retomar o debate de propostas para políticas de governo e de Estado, que possam contribuir para o avanço da nação brasileira, incluindo a segurança pública, a educação, a saúde, a cultura, o emprego, a distribuição de renda, a economia, o acesso a políticas públicas para todos e todas!

Eleições 2010, segundo turno, em 15 de outubro de 2010.

ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

Ps. O texto foi enviado por Toni Reis, presidente da ABGLT, ao grupo-arco-iris@yahoogrupos.com.br do qual faço parte e onde se discute, muitas vezes acirradamente, as questões GLBT e a política reinante e/ou por vir. Já está tendo boa repercussão na Imprensa de modo geral, conforme clipping que recebi gentilmente de Toni. Espera-se que tenha repercussão nas consciências dos candidatos à presidência e nos seus eleitores. Eu até segunda ordem, devo anular meu voto ( e não são só por razões aqui expostas), pois pelo andar da carruagem nenhum dos dois candidatos me inspira confiança e eu não estou disposto ao acabrunhante exercício de escolher entre o muito ruim e o péssimo, tentando captar de onde exala o perfume menos ruim....

Nelson

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transcrição: Nelson Rodrigues de Souza

domingo, 17 de outubro de 2010

Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro de 2010- Fica O Que Significa












Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro de 2010- Fica O Que Significa*

*Marilena Chauí

“Film Socialisme” de Jean-Luc-Godard

Um Godard aos 80 anos que está em plena forma, único como ele só sabe ser/estar no Cinema. Se não for atrevimento escolher um fio que perpassa toda a obra eu diria que se trata de um inventário ensaístico e poético sobre o que foi feito dos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, mas sem chorar o leite derramado e sim com precisão cirúrgica, um distanciamento crítico formidável apoiado em imagens de tirar o fôlego de tanta beleza. De Dziga Vertov de “O Homem com a Câmera”, um dos filmes que deve ser um dos Faróis de Godard, vem uma montagem magnífica, sensorial. Mas ao contrário de Vertov, Godard não abre mão de suas pensatas e das que recolhe em livros (muitas geniais) de autores citados no começo do filme, como por exemplo: “O Islã é o Ocidente do Oriente”- Rudyard Kipling.

Godard faz da filosofia poesia e da poesia filosofia, que ora acompanha as imagens, ora corre em paralelo. Mas tudo com muita beleza. Não há um plano que não seja construído de forma bem pensada, lembrando-nos sua visão de que a escolha de um plano é uma decisão quase que ética e moral.

Se o espectador não embarcar nas especulações filosóficas&poéticas que jorram aos borbotões, ainda é possível curtir a obra pelo seu lado sensorial, com belíssima utilização da música.

Godard é único na História do Cinema, um dos grandes revolucionários da linguagem cinematográfica. Ele se permite uma liberdade invejável na composição de seu filme. Algo que mimetizado por quem não tem sua genialidade pode redundar em fracasso total, algo que tem acontecido mundo afora.

Numa sequência final de “Fama” de Alan Parker há uma sintomática sequência bastante cruel. Uma das atrizes formadas aceita trabalho de um jovem com tiques de Godard. Vai até o apartamento dele e se trata de um tarado à cata de uma vítima.

“Filme Socialisme” é ousado até no título, pois socialismo é considerado hoje uma palavra morta. Godard nos remete à Grécia e à herança grega e ao seu modo antecipa a crise na Comunidade Europeia que começou justamente por lá.

Não compartilho de muitas opiniões que Godard emite sobre o Cinema em geral. Em sua briga com Truffaut estou do lado deste. Mas quando sua visão de mundo está a serviço de um filme, o encantamento é incontornável. Godard mesmo aos 80 anos está antenadíssimo com o mundo que o rodeia. É um grande poeta, cerebral como João Cabral de Mello Neto, mas que não deixa de ser um grande poeta do audiovisual. Um cineasta que podemos dizer que é um gênio sem medo de cair no lugar comum.

“Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas" de Apichatpong Weerasethakul

Por mais que mergulhemos na incontornável angústia metafísica “quem somos, de onde viemos, para onde vamos”, paira sempre um grande mistério. Por mais que perguntemos “ O que é arte? O que não é arte?” paira também um grande mistério. “Tio Boonmee....” sem nenhum proselitismo, sem didatismo fácil, sem direcionar o espectador, sem nenhum pieguismo, sem ser sentencioso ( armadilhas em que caiu “Nosso Lar”), vai de encontro a estes mistérios imbricados e nos oferece uma obra única no panorama do cinema mundial.

Como nos filmes dos grandes cineastas não há plano ou sequência que não sejam elaboradíssimos, mas sem perder a singeleza e a espontaneidade. A aparição dos fantasmas se dá com delicadeza e naturalidade com soluções plásticas simples e convincentes. A mulher que ressurge do mundo dos mortos, bem como o filho peludo são aparições que passam a léguas de um terror barato. Ao tio Boonmee que sabe que vai morrer por insuficiência renal, tudo soa como presságio de seu destino e ele se prepara estoicamente para esta passagem. Perguntado sobre o céu, a mulher diz que não sabe que espaço espiritual é esse: ela revive depois da morte como que fazendo parte da natureza. Neste sentido para quem no Brasil tem alguma familiaridade com os cultos-afrobrasileiros não há espanto algum: temos aqui também forças da natureza que se manifestam no ego profundo dos seres como se o inconsciente fosse.

“Tio Boonmee Que Pode....” pode soar a um espectador algo cético e inconvincente, tanto quanto o espetacular “O Amuleto de Ogum” de Nelson Pereira dos Santos. Ambos retratam elementos enraizados da cultura dos povos que representam. Mas até mesmo para o cético que não acredita em transcendência espiritual , “Tio Boonmee....” pode ser fruído dentro de sua lógica interna , com imagens e sequências solidamente construídas: o peixe que transa falicamente com a mulher no rio é algo que se retém para sempre, assim como o abraço apertado que Boonmee recebe da mulher, dentre outras.

A relutância do monge entre dedicar-se ao mundo espiritual ou ao material é mostrada com grande poesia, deste que é um dos mais singulares cineastas em atividade, com um tempo narrativo pleno de paciência, mas que não exorbita, não saturando os planos sequências como já virou moda e clichê num cinema que se pretende cult.

Mais belo e intrigante que “Síndromes e Um Século”, “Tio Boonmee...”exige bastante do espectador em termos de mudar suas noções de velocidade competitiva e nos convida a conhecer um outro universo. É um filme transformador. Se não passamos a recordar nossas vidas passadas ao sair do filme, passamos no mínimo, a recordar a vida por que temos passado nesta encarnação. E quiçá, procurando transformá-la.

Tim Burton, outro grande cineasta que também toca os mistérios da arte&vida&morte não poderia ter ficado indiferente a “Tio Boonmee......”. Daí a Palma de Ouro de melhor filme mais do que justa que Apichatpong Weerasethakul recebeu em Cannes 2010.

“Nostalgia da Luz” de Patricio Guzmán

No deserto de Atacama no Chile, bastante elevado e seco, cruzam-se entrevistas com três tipos de arqueólogos: arqueólogos propriamente ditos que pesquisam inscrições e vestígios pré-colombianos; astrônomos- arqueólogos que pesquisam estrelas que já morreram quando observadas para criarem novas estrelas, dentre outros fenômenos; mulheres que na expressão feliz de Luiz Fernando Gallego são as “novas Antígonas”: não descansam enquanto não encontrarem vestígios de parentes mortos pela repressão de Pinochet, dado que instalações em que mineiros da virada do século XIX para o XX moraram se transformaram em campos de concentração após a queda de Allende e seus prisioneiros foram mortos e enterrados em Atacama.

O que poderia ser apenas um ótimo argumento, na direção e roteirização de Gusman se transforma em joia raríssima. A narrativa é a todo o momento poética e emocionante. Os depoimentos são sempre superlativos e reveladores daquelas almas atreladas ao deserto. Há ainda uma captação técnica dos vestígios e telescópios que resultam em belíssimas imagens.

Dentre vários relatos emocionantes destaca-se o de uma jovem casada, mãe de filhos, que teve os pais mortos pela repressão, foi criada pelos avós e agora integrada à vida, trabalha com astronomia, fala sem amargura que tem um defeito de fabricação, mas fica feliz que os filhos não terão este problema.

“Nostalgia da Luz” é um filme que irradia luz por todas as fendas que abre para o passado que incomoda o presente, para termos um futuro mais digno.

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No post

QUINTA-FEIRA, 30 DE SETEMBRO DE 2010

Alguns Filmes Já Vistos no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro de 2010

encontra-se comentários mais detalhados sobre alguns filmes selecionados e alguns mais sucintos sobre outros. Aqui se fará comentários mais ou menos sucintos sobre mais uma leva de filmes vistos, bem como alguma complementação a filmes citados no referido post.

Cotações

0- péssimo

* ruim

** regular

*** bom

**** muito bom

***** obra-prima

Filmes vistos em ordem alfabética:

À Oeste de Plutão de Henry Bernadet e Myriam Verreault- ***

A Woman, A Gun And A Noodle Shop de Zhang Yimou- ****

Alila de Amos Gitai- ****

Amores Imaginários de Xavier Dolan- *

Andrés Não Quer Dormir a Sesta de Daniel Bustamonte- ***

Resistência e colaboracionismo com a ditadura militar argentina nos anos 70 sob a ótica de uma criança vis a vis a de uma velha senhora. O filme perde um pouco o foco.

Ano Bissexto de Michael Rowe- ****

Não é um filme extraordinário, mas é daqueles que carregamos para sempre pela sua contundência e ousadia em seus vários planos (e planos...). Se sentir vontade de ir embora, fique, resista. Tudo fará sentido ao final que é simples, inesquecível e brilhante. O filme chegou a perturbar meu sono de tanto que me impregnou. De quebra temos indiretamente um vigoroso comentário sobre a crise econômica mexicana que incita as pessoas a correrem riscos de humilhação nos EUA. Dizem aqui no Rio que as mulheres adoraram e os homens detestaram. Será que porque sou gay, eu gostei bastante?....rsrsrs

Biblioteca Pascal de Szabolcs Hajdu- ****

Surrealismo bem construído no Cinema como há muito tempo não víamos, tendo como apoio uma base realista. O espectador decide: fica com o surrealismo ou o realismo (ou os dois...). Sua sequência final, uma grande ironia sobre a sociedade de consumo desenfreado, é extraordinária.

A Boca do Lobo de Pietro Marcelo- 0

Carancho de Pablo Trapero- ***

Um filme muito bem dirigido e interpretado, mas que tem como apoio um truque digno de Janet Clair: o “homem-abutre” que procura lucrar com acidentes por todos os lados envolvidos, tem forte relação amorosa com uma paramédica que cuida dos feridos, com um desfecho que não é difícil de se prever.

Copacabana de Marc Fitoussi - ****

Cópia Fiel de Abbas Kiarostami- *****

Um ensaio cinematográfico sobre arte e suas “cópias fiéis” que acaba tendo ressonâncias num relacionamento amoroso conturbado pela passagem do tempo (realidade ou fantasia dos personagens?). A rigor, uma poderosa meditação sobre o poder da ficção em criar “cópias fiéis” do mundo dito real. Juliette Binoche está tão extraordinária que faz o bom ator protagonista soar quase que como um canastrão, na comparação, o que ele absolutamente não é...

Dois Irmãos de Daniel Burman- ***

Um roteiro um tanto tênue demais e um tanto inverossímil, mesmo para um tom cômico, mas que é defendido com brilhantismo pelos atores protagonistas e que valem a ida ao cinema. Aqui e ali, humor de primeira.

Embargo de Antônio Ferreira- ****

Baseado num conto de José Saramago temos mais uma situação limite e os reflexos provocados: no caso a escassez de combustível. A história promete o que o cartaz anuncia: temos um clima à la Irmãos Coen, mas à moda portuguesa, com certeza.....

A Empregada/The Housemaid de Im Sang-Soo- ****

A Esperança Está Onde Menos Se Espera de Joaquim Leitão - ****

Um técnico de futebol desce ladeira abaixo na vida por não compactuar com corrupção. Seu filho e mulher sofrem também as consequências. A redenção já insinuada no título é construída de forma brilhante, inusitada e comovente.

Essential Killing de Jerzy Skolimowski - *****

Fé de Burhan Qurbani- ?

Visto em condições de grande cansaço. Enfim: precisa ser revisto.

Filho Eterno- O Projeto Frankestein de Kornéi Mundruczó - *

Uma chatice, mas tem gente que adora.

Film Socialisme de Jean-Luc Godard- *****

Flandrers de Bruno Dumont- ****

A guerra e seus efeitos mostrados de forma suis generis.

França de Israel Adrián Caetano- ****

Por trás de uma narrativa dinâmica e aparentemente infantil, uma visão bastante crítica de como o mundo adulto trata uma criança e esta reage em sua carência, enquanto pais estão numa ciranda amorosa egoísta.

Free Zone de Amos Gitai- ****

O encontro de três mulheres é o encontro de três culturas próximas e distantes que se chocam desconfiadas, em meio à barbárie. Só o pranto compulsivo de Natalie Portman no início já justifica o filme.

Hiroshima de Pablo Stoll- 0

Um filme que se pretende minimalista, mas que resulta mínimo, mínimo e descartável. Estamos longe do brilhante “Whisky” do mesmo Stoll e de seu parceiro codiretor que se suicidou. Creio que este está fazendo mais falta ainda do que se supunha.

Independência de Raya Martin - ***

Inegável grande beleza plástica. Mas um tanto lacônico e elíptico demais.

José & Pilar de Miguel Gonçalves Mendes- *****

O melhor documentário sobre escritor que já assisti. Se alguém conhece outro que me dê dica. Poucas vezes no Cinema se falou tanto na morte com tanta vitalidade e amor pela vida. Saramago é um mago da língua portuguesa e o filme não deixa de aproveitar este dom. Pilar é de uma consciência e força admirável (como o companheiro). Nunca o ateísmo nos foi mostrado com tanta espiritualidade (talvez só em Buñuel). Em Saramago escritor e cidadão se confundem, não sabendo nós qual possui mais bela grandeza e expressão. Saramago e Pilar viajam pelo mundo incansavelmente com muito vigor e bom humor, levando suas palavras quase que num tom missionário, mas sem um traço sequer de pieguismo e oportunismo.

Kaboom de Gregg Araki- ****

Kadosh- Laços Sagrados- ****

A praga do fundamentalismo religioso judaico oprimindo mulheres e sacrificando suas vidas, mostrada com rigor cinematográfico e interpretações poderosas.

Os Lábios de Santiago Losa- *

O que já virou clichê perigoso no cinema contemporâneo que é a interpenetração entre documentário e ficção, aqui resulta em clichê mesmo, sem transcendência. Se salva o trabalho das atrizes (atrizes?).

Líbano de Samuel Maoz- *****

O Louco Amor de Yves Saint Laurent de Pierre Thoretton- ****

Parceiro de uma vida de Yves, o empresário Pierre Bergé nos introduz ao mundo da moda extraordinária de Yves em alta costura e pret a porter, bem como à sua personalidade frágil num mundo que conspira contra os talentos e homossexuais, sendo este amante o sustentáculo do estilista, sem o qual seu mundo desmoronaria. Mesmo quem não é ligado em moda como eu, tem prazer em ver um universo amplo e particular desvendado.

Memórias de Xangai de Jia Zhang-ke- ****

Enveredando mais uma vez por mostrar as transformações por que tem passado a China, se concentrando agora em Xangai e cidades correlacionadas pela vida de alguns depoentes, Jia perde a chance de fazer uma obra-prima, pois exagera tanto na quantidade de entrevistas com na duração delas. Um pouco mais de edição faria muito bem ao filme. O curioso é que seu “Inútil”, sobre o mundo da moda, peca no sentido contrário: é muito sucinto.

Minhas Mães e Meu Pai de Lisa Cholodenko- ***

Monstros de Gareth Edwards- ?

Estava muito cansado e mal vi o filme. Carece de revisão. Numa primeira e frágil visão a materialização dos monstros deixa muito a desejar. Melhor seria tê-los ocultado.

A Mulher Sem Piano de Javier Rebolo- *

Como muitos filmes do festival, mais um sobre uma mulher casada de vida vazia. Mas aqui vigora uma falta de energia criativa que quer se fazer passar por distanciamento narrativo. O espectador fica quase que sem filme.

O Mural de Hector Oliveira- ****

Nascidas Para Sofrer de Miguel Albaladejo- ***

Nostalgia da Luz de Patricio Guzmán- *****

La Nostra Vita de Daniele Luchetti- ****

O mundo da construção civil com trabalho de imigrantes ilegais e um pai que tem de criar os filhos após a morte da mulher num parto nos é mostrado com exuberância de sentimentos latinos e crueza, numa combinação que só o cinema italiano é capaz. Junto com “Rif-Raf” de Ken Loach, a melhor abordagem deste universo no cinema que conheço. O filme me toca especialmente, pois meu pai de pedreiro passou a ser um empreiteiro de obras que não empregava imigrantes ilegais obviamente, mas pagava salários mínimos que eram infames, mas não culpa dele. O ator protagonista está à altura de um prêmio em Cannes, onde ganhou em 2010.

O Que Mais Quero de Delfina Castagnino- ?

Visto na segunda fila do Estação 3, algo que não gosto e com cópia mal projetada, este filme de captação lenta e paciente das emoções de suas protagonistas precisa ser revisto. Mas no mínimo é um bom filme. Isto deu pra sentir.

Of Gods and Men/ De Deuses e Homens de Xavier Beauvois- *****

Ondine de Neil Jordan- ****

Mesmo visto numa péssima cópia digital em que no escuro mal se vê os contornos dos personagens, gostei bastante. Neil Jordan depois da buraqueira fascista “Valente” volta ao seu elemento: realidade interpenetrada por conto de fadas, ao meu ver, muito mais interessante que o decepcionante “A Dama na Água” de M. Night Shyamalan. Colin Farrell defende com talento um homem perdido entre a assim chamada vida real e um mundo fantasioso depois que pesca uma mulher enigmática que irá mudar a sua vida.

Passione de John Turturro- ****

Uma deliciosa incursão de John, ítalo-americano, pela música e arquitetura napolitana, suas gentes, assim como Fatih Akin fez com Istambul em “Atravessando a Ponte”. Imagens de arquivo se juntam a imagens contemporâneas de forma delicada e emotiva.

La Passione de Carlo Mazzacuratti- ****

Por ironias do destino um diretor de cinema vê-se obrigado a dirigir uma encenação de A Paixão de Cristo com atores mais do que amadores. Este ponto de partida resulta num filme deliciosamente engraçado e criativo, com mais um trabalho maior deste grande ator que é Silvio Orlando.

Paulo Gracindo- O Bem Amado de Gracindo Junior- ****

“Naquela mesa”(está faltando ele e a saudade dele está doendo em mim)- esta maravilha da MPB composta por Sérgio Bittencourt para seu pai Jacob do Bandolim é o mote para se apreender este documentário bastante afetivo sobre a incrível história deste grande artista do rádio, televisão, cinema e teatro que foi Paulo Gracindo, numa trajetória de vida improvável e extraordinária.

O Pecado de Hadewich de Bruno Dumont- ****

Uma jovem de uma família de elite francesa tem amor profundo por Cristo/Deus fanatizado de forma que até mesmo as freiras a reenviam ao “mundo exterior” para uma revisão da vida. Como fanatismo atrai fanatismo ela se aproxima de um grupo fundamentalista islâmico terrorista. Estão unidos pela negação da vida aqui e agora em nome de algo que viria depois. Dumont nos mostra esta história com bastante rigor e com uma intérprete perfeita para a protagonista.

Picasso e Braque Vão ao Cinema de Arne Glincher- ***

A influência dos primórdios da linguagem cinematográfica na obra destes dois grandes artistas. Pena que o filme, curto demais, não acredite mais no seu potencial e não tenha mais fôlego.

Poesia de Lee Changdong - *****

Uma senhora com mais de 60 anos cuida do neto e trabalha com um velho com problemas de paralisia. Ao mesmo tempo em que estuda criação poética com um poeta tem de lidar com o fato de que o neto junto a colegas de escola contribuiu para que uma jovem se suicidasse. Um filme atroz e delicado como poucos que justifica plenamente o título. A narrativa fluente e redonda é banhada em muita poesia em meio a grandes agruras da vida. Um filme que nos “ensina” sobre o que é poesia muito mais e melhor do que muitos calhamaços tediosos que pululam por aí. O desfecho é mais um daqueles que não mais se esquece, coroando uma história muito bem contata à altura de um prêmio de melhor roteiro que ganhou em Cannes 2010.

Polanski- Procurado e Desejado de Marina Zenovitch - ****

Relatos e imagens de diferentes fontes formam um mosaico poderoso que nos explica por que Polanski teve toda razão em fugir da justiça americana e instalar-se na Europa. Um juiz confundindo a perversidade dos filmes de Polanski com o próprio autor agiu de forma perversa como um gato querendo matar um rato, injetando uma punição muito maior a Polanski do que teria uma pessoa que não fosse célebre. O filme é dinâmico, caleidoscópico, sedutor e intrigante, desnudando mecanismos hipócritas que tentam passar por justiça.

Por Que A Gente É Assim? de Guilherme Correia- ***

Vários curtas conectados, formando um média metragem de 40 minutos, tentando responder a pergunta título, onde se destacam um bizarro homem que é uma mistura de Lampião e Raul Seixas dançando como Michael Jackson, um travesti articulado que reflete diante de uma plateia sobre sua condição e um gay jovem que discorre sobre os preconceitos que sofre com bastante coragem.Mais curtas de mais regiões do Brasil daria um filme melhor, mais longo e elucidativo de nossa diversidade humana.

Protektor de Marek Najbrt - ****

Um radialista colaboracionista dos nazistas utiliza o poder recém-adquirido para dominar sua bela esposa, atriz e judia, mantendo-a sob suas rédeas. Uma original incursão no universo da perseguição aos judeus no cinema já tanto abordado. A narrativa é dinâmica e sedutora. A fotografia é impecável.

Quatro Noites Com Anna de Jerzy Skolimowski- ****

Uma história de voyerismo exacerbado composta como se fosse uma sucessão de quadros expressionistas, num virtuosismo raro. Um pouco menos de morbidez faria bem ao filme e teríamos uma obra-prima. Mas isto seria melhor analisado numa revisão. Quando vai estrear no circuito de arte este filme tão admirado por tantos???

Quebra-Cabeça de Natalia Smirnoff- ****

Uma mulher casada com filhos, viciada em quebra-cabeças se junta a um homem também praticante “desta arte” e surge em vista um concurso na Alemanha. Ao mesmo tempo vai descobrindo que faltam peças no quebra-cabeça de sua vida, o que a torna vazia. Ela terá então de ter coragem para mudar. Um filme argentino surpreendente que vai pouco a pouco crescendo cada vez mais e se tornando mais complexo. Admirável trabalho de atores com emoções mais sugeridas que mostradas. Um plano final contrapondo-se ao que foi visto antes é de grande beleza e significado.

O Retrato de Dorian Gray de Oliver Parker- ?

Visto numa escura cópia em digital e estando cansado. Tem de ser revisto. Mas deu pra sentir que o protagonista é um ator sem carisma e inadequado.

Rio Sonata de Georges Gachot- ****

Há quem despreze este filme feito assim como se fosse apenas um extra de DVD. Ledo engano. Este painel, afetivo, emotivo, colorido pela paisagem de Copacabana tão cara aos Caymmis, é uma delícia e uma grande emoção de se ver na tela grande. Os impasses criativos e a forte personalidade de Nana Caymmi são filmados por um estrangeiro que parece que sempre viveu no Brasil. Além das incontornáveis e belíssimas canções interpretadas por Nana como se viessem da alma direto para nossos ouvidos, sem passar pela garganta, temos belas e delicadas imagens que aos poucos vão nos mostrando sua razão de ser. Vi no Festival muitos filmes bem melhores. Mas o único que me fez verter lágrimas foi este, pois também é ao seu modo, uma visão não melancólica, mas muito tocante do passar do tempo e suas metamorfoses produzidas.

Rock Hudson- Belo e Enigmático de Andrew Davies- ***

A carreira do astro Rock Hudson nos é mostrada em paralelo à sua vida privada enquanto homossexual só conhecido por amigos. Enquanto a tendência era mulheres suspirarem pelo ator em sua virilidade e os homens o admirarem e invejarem, Rock fazia tudo para manter sua vida dupla. Sendo o primeiro grande nome célebre a contrair o vírus HIV e estando bastante doente numa época em que não havia os coquetéis de hoje, Rock internou-se num hospital da França. Através de uma amiga fez questão de assumir publicamente que estava doente e que era homossexual. O efeito foi devastador. Pessoas passaram a retirar parentes de hospitais. Para voltar aos EUA amigos tiveram que fretar um Boeing ( algo mais caro que 4 anos de pesquisa segundo seu médico). De astro no armário, ele passou a ícone da luta contra a doença. O filme é muito bom naquilo que mostra, mas se ressente de entrevistas que não sejam a de amigos. O que deva ser mais um problema exterior do que propriamente do diretor, dado que um Kevin Spacey, por exemplo, ao ser indagado se era homossexual declara que a constituição lhe dá o direito de não responder ou num caso mais radical temos Ruppert Everett que declarou que sua carreira declinou quando se assumiu homossexual. De qualquer forma é um filme a ser prestigiado, ficando a curiosidade de se assistir “O Segundo Rosto” de John Franknheimer, um dos raros fracassos da carreira de Hudson, mas um cult em Paris. Aqui Rock Hudson procura fugir da persona cinematográfica mais consagrada que tinha e se arrisca mais.

Roman Polanski de Alê Primo- ***

Filmado no Brasil durante retrospectiva Polanski promovida pelo Sesc SP o filme traça um panorama variado sobre a obra deste genial artista, com muitas cenas de filmes dele e depoimentos bastante curiosos, além da fala de Polanski. Gilberto Gil o considera pop, Cacá Diegues ressalta o impacto de “A Faca na Água”, Hector Babenco admira a capacidade de trabalhar com tantos gêneros diversos, Caetano lembra que na prisão lhe deram O Bebê de Rosemary (A Semente do Diabo de Ira Levin) para ler, o que o deixou mais assustado, tendo visto o filme depois, etc. O filme tem certo excesso de didatismo que destoa do ar sempre transgressivo do diretor.

Sequestro de Um Herói de Lucas Belvaux- ****

Sinto Sua Falta de Fabián Hofman- ***

Um jovem tem sua vida perturbada pelo desparecimento de seu irmão durante a ditadura militar argentina nos anos 70, não conseguindo mais esquecê-lo. Muitas pessoas morreram, mas continuam “nem mortas nem vivas” na memória dos que ficam. O filme se ressente de certa falta de ritmo.

A Solidão dos Números Primos de Salverio Constanzo- *

Dois jovens se unem pelos traumas que sofreram numa história intrincada over, over, over, desde os letreiros gigantes, a música demasiadamente eloquente e as interpretações melodramáticas demais. Fiquei sonolento, mas neste caso é um problema muito mais do filme do que meu.

Somewhere de Sofia Coppola- *

A maior decepção do Festival dado que foi um filme que ganhou o Leão de Ouro em Veneza 2010 ( terá sido mais uma travessura grindhouse&pulp&spaghetti&etc. de Quentin Tarantino, presidente do júri e ex-namorado de Sofia?). Um ator se confronta com seu tédio e vazio existencial num hotel de luxo. O grande problema do filme é que este tédio e vazio contamina o contamina, ao contrário do que acontece com os filmes do mestre Antonioni em que não perdemos de forma alguma o interesse em acompanhar seus personagens em crises existenciais. Em “Encontros e Desencontros” esta mesma temática se escudava no trabalho de um grande ator que é Bill Murray e o filme “funcionava”. Já “Maria Antonieta”, com bela direção de arte também patinava no vazio ao mostrar o vazio da vida da protagonista, de uma forma anti-histórica, audaciosa certamente, mas um tiro pela culatra, pois ressoava como se Sofia tivesse o Cahier du Cinéma numa mão e a revista Caras na outra...Mas é forçoso reconhecer que Somewhere tem seus admiradores ferrenhos, tão impressionados como se tivessem visto um OVNI...

Sunshine Cleaning de Christine Jeffs- ****

Numa era de reinante desemprego, duas irmãs americanas descobrem a mais triste das atividades, mas bastante lucrativa: depois de diferentes formas de mortes com fortes vestígios, elas são contratadas para limparem tudo até a última gota de sangue. O filme tem um tom agridoce e um desenvolvimento cativante e divertido, dentro do espírito “ o que dá pra rir dá pra chorar, questão só de peso e medida, problema de hora e lugar”. Num plano diferente, um filme que pode fazer o mesmo sucesso do independente “Pequena Miss Sunshine”. A sátira ao empreendedorismo americano protestante “There is no Gain, Without Pain/ Não Existe Ganho Sem Dor” ganha mais um ponto no Cinema.

Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas de Apichatpong Weerasethakul- *****

Turnê de Mathieu Amalric- ?

Visto quando estava também muito cansado tem de ser revisto. Se não for falha, a impressão que passou é que se trata de um filme estimável, mas que não está à altura de uma Palma de Ouro de melhor direção que recebeu em Cannes 2010.

O Último Sonho de Pina Bausch de Anne Linsel e Rainer Hoffman- **

Um grupo de jovens são candidatos a um trabalho de teatro- dança de Pina Bausch. O trabalho paciente, exaustivo da artista nos é mostrado de uma forma um tanto convencional e num ritmo que é mais para o aficionado de dança-teatro do que para o amante do cinema. As imagens do trabalho de Pina Bausch que realmente ficam na minha memória é o início de “Fale com Ela” de Almodóvar e a participação especial em “E La Nave Va” de Fellini.

Um Quarto em Roma de Julio Medem- ****

Assumidamente inspirado em “Na Cama” de Matias Bize, este filme de grande apuro estético e diálogos enigmáticos entre duas mulheres, que se escondem de si mesmas, tem cenas eróticas quentes e muito belas. Poucas vezes as intermitências do desejo foram mostradas no cinema de forma tão forte. O longo plano seqüência, no início, em que a câmera colhe os personagens na rua, sobe até uma sacada, uma janela, entra no quarto e surpreende as protagonistas abrindo a porta e entrando é fantástico. "Já vale o filme".

A Vida dos Peixes de Matias Bize- ****

Um filme singelo e complexo em que a metáfora simples dos peixes presos no aquário retrata bem a situação de seus personagens, que querem mudar o destino, mas estão presos “tchekhovinianamente” aos seus limites de todas as ordens. Andrés volta da Alemanha, onde vive, ao Chile e além de amigos, reencontra Beatriz, uma grande paixão que foi abortada, agora uma mulher casada, com filhos e que está grávida. Olhares tímidos e falas sutis permeiam o encontro. Um futuro feliz está muito claro ou então o mais obscuro possível.

A Vida Durante a Guerra de Todd Solondz- ***

Retomada de personagens visto em “Felicidade” (1998), este filme típico de Solandz exagera na acidez e no humor, não tendo o mesmo impacto do antecedente. De qualquer forma cenas como a mãe explicando ao filho como o pai praticava a pedofilia, dado que este já não se considera uma criança, é algo a se reter.

Viúvas Sempre As Quintas de Marcelo Piñeiro- ****

Enquanto Buenos Aires pega fogo com manifestações e repressões da polícia, num condomínio fechado que poderia ser na Barra da Tijuca ou Alphaville em São Paulo, por exemplo, homens e mulheres marcam suas diferenças e sublinham o amor ao dinheiro e ao conforto, sendo que de antemão já sabemos que homens morreram na piscina, o que pontua os letreiros de forma muito bela.Se tivermos um olhar acurado para a psicologia dos personagens o filme pode decepcionar mas o entendendo como uma alegoria ele ganha força. E é sob este viés que melhor admiro o filme que compõe junto com “Plata Quemada” e “O Que Você Faria?”, ensaios corrosivos sobre o poder corruptivo do dinheiro, quase que um personagem também.

Você Vai Conhecer o Homem de Seus Sonhos de Woody Allen - ****

Woody , incansável cineasta, faz mais uma obra cômico-dramática de diálogos bastante perspicazes, inteligentíssimos e introduz um novo ruído em sua obra: as antevisões de uma jogadora de cartas que influencia as decisões de uma senhora abandonada pelo marido em busca de mulheres mais jovens. O desfecho pode ser tanto uma grande ironia de Woody, como uma abertura para um sentimento de asfixia que contamina todos os personagens e do qual nem todos se livrarão.

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Numa confraria de cinéfilos (confrarialumiere@yahoogrupos.com.br) da qual faço parte, num exercício quase que como uma brincadeira, dado que é muito difícil, senão impossível, ordenar filmes em ordem de preferência, ficam assim as minhas escolhas, incluindo também uma lista de “piores” filmes vistos em ordem de desagrado:

Melhores Filmes:

1- Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas de Apichatpong Weerasethakul

2- Essential Killing de Jerzy Skolimowski

3- Of Gods and Men/ De Deuses e Homens de Xavier Beauvois

4- Nostalgia da Luz de Patricio Guzmán

5- Cópia Fiel de Abbas Kiarostami

6- Poesia de Lee Changdong

7- José & Pilar de Miguel Gonçalves Mendes

8- Líbano de Samuel Maoz

9- Film Socialisme de Jean-Luc Godard

10- Ano Bissexto de Michael Rowe

( 11- Sequestro de Um Herói de Lucas Belvaux )

(12- Biblioteca Pascal de Szabolcs Hajdu)

(13- Copacabana de Marc Fitoussi)

(14- La Nostra Vita de Daniele Luchetti)

Piores Filmes

1- Hiroshima de Pablo Stoll

2- A Boca do Lobo de Pietro Marcelo

3- A Mulher Sem Piano de Javier Rebolo

4- A Solidão dos Números Primos de Salverio Constanzo

5- Somewhere de Sofia Coppola

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Gerais

- Muito deselegante, no mínimo, a atitude da organização do Festival em não permitir a utilização do passaporte para ingresso nas sessões da repescagem que não lotarem. Fui em algumas delas e as sessões, de modo geral, estavam com muito pouca gente. O tiro saiu pela culatra? Compensou?

- O Globo cobriu bem a Première Brasil. Houve entrevistas interessantes com cineastas convidados ou à distância com filmes no Festival. Mas em termos de crítica mesmo foi muito pobre. O que houve? Falta de sessões para a imprensa? Desinteresse da editoria do Segundo Caderno? O gigantismo do Festival atrapalhou?

- Alguns filmes foram exibidos em péssimas cópias digitais. Será que isto é algo com o qual temos que nos resignar? Antes isso do que nada? Nivelamento por baixo?

- Muitos filmes demoraram a serem liberados para venda. Isto atrapalha muito a programação de qualquer cristão. Este é um problema sem solução? Mais uma vez: o gigantismo do festival atrapalhou?

- Muitos filmes importantes ou nem tanto, mas fora do perfil Midnight Movies ou Mundo Gay, mesmo não tendo chegado de última hora, foram exibidos em sessões da meia noite, o que é no mínimo, contraproducente para o amante do grande cinema que tem ver filmes cansado. Por que isto aconteceu? Qual a lógica por trás deste desatino?

-O ateliê culinário do Espaço de Cinema e do Estação Botafogo continuam com preços proibitivos para a maioria dos cinéfilos. “Comida mínima.Preço máximo”. Ainda bem que um pé sujo de esquina fechou e abriu uma lanchonete modesta, mas decente e com preços convidativos para os vários dias de sessões de cinema.

- Diretores participaram de sessões em tese para debates com o público após a exibição. O que aconteceu na prática é que mal surgiam algumas perguntas já tinha que ser encerrado o debate, pois a próxima sessão iria começar. Se é para ser assim era melhor não ter. Não é possível planejar isto?

- Ilda Santiago aparece em muitas fotos do jornal “Redentor”, informativo do Festival, junto a cineastas convidados. Espera-se que haja também bastante empenho no dia a dia, junto aos distribuidores, com incansáveis trocas de emails e reuniões, para que filmes importantes como, por exemplo, “Essential Killing”, não deixem de ser comprados e exibidos comercialmente.

- Um dos fatores que mais atrapalha a vida do cinéfilo durante o festival é a insegurança de que mesmo filmes ditos como já comprados podem ser engavetados ou lançados diretamente em DVD. O sistema exibidor hoje não é confiável. Isto é um problema sem solução? Eu, por exemplo, esqueci se pode ser exibido ou não e não arrisquei: vi todas as figurinhas carimbadas por Cannes, Veneza e Berlim que pude. Caso a exibição durante o ano fosse mais sensata, eu poderia ter arriscado mais.

- Muito simpáticas as fotos grátis tiradas por stand da Petrobrás, entregues em 15 minutos. Entretanto funcionários que tiravam fotos chegavam a pedir para a gente posar. Não há ago errado nisto? Por que tanto afã de marketing?

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Nelson Rodrigues de Souza